Estudantes presos no Irão mesmo antes de protestar

Deputado reformista iraniano diz que muitos estudantes foram presos preventivamente como forma de impedir o crescimento dos protestos.

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Imagem de manifestação pró-regime em Teerão ABEDIN TAHERKENAREH/EPA

Entre os mais de mil detidos desde o início das manifestações no Irão estão cerca de 90 estudantes universitários, disse o deputado reformista Mahmoud Sadeghi em declarações à agência noticiosa dos estudantes, ISNA.

Segundo Sadeghi, que representa um distrito eleitoral de Teerão, muitos dos detidos não tiveram qualquer envolvimento nos protestos, e outro deputado, Farid Mousavi, disse que a medida foi preventiva e que os detidos deveriam ser brevemente libertados.

A correspondente da BBC persa Rana Rahimpour diz que as detenções “preventivas” de estudantes são relativamente raras no Irão, mas que a medida é justificada pelo medo das autoridades de um fortalecimento da contestação, já que os estudantes estiveram na oridem de várias vagas de contestação, como por exemplo os grandes protestos de 1999. De acordo com as autoridades, mais de 90% dos detidos nos últimos dez dias têm menos de 25 anos.

Os protestos do final de Dezembro começaram em zonas afastadas da capital e pareciam espontâneos, e sem liderança, provocados sobretudo pela falta de progressão económica que tinha sido prometida pelo Presidente Hassan Rohani na sequência do suavizar das sanções após o acordo com os EUA (acordo que Trump tem posto em dúvida, o que diminuiu a confiança dos investidores).

O regime começou a ser directamente criticado pelos manifestantes e os protestos chegaram a atingir alguma dimensão, mas as autoridades deslocaram prontamente forças para as ruas, e começaram ainda a organizar manifestações de apoio à República Islâmica.

O chefe dos Guardas da Revolução (a força de elite do regime) declarou entretanto que a “sedição” tinha terminado. Apesar disto, residentes de algumas cidades ainda relatavam pequenos protestos, mas diziam que já davam sinais de esmorecimento, depois da chegada das forças de elite a várias províncias.

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