Nova presidente da Raríssimas quer retomar confiança dos parceiros

Sónia Margarida Laygue tomou posse esta sexta-feira, juntamente com outros pais e funcionários da instituição.

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Margarida Laygue é socióloga do trabalho e mãe de uma menina com uma doença rara LUSA/MÁRIO CRUZ

A nova presidente da Associação Raríssimas disse esta sexta-feira que a sua prioridade é esclarecer a situação financeira da instituição, manter o financiamento e os apoios e retomar a confiança de todos os parceiros.

Margarida Laygue falava na Casa dos Marcos, na Moita, durante a cerimónia de tomada de posse do cargo para o qual foi eleita na quarta-feira, durante uma Assembleia-Geral Extraordinária da Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras.

A nova direcção foi eleita a partir de uma lista apresentada por pais e funcionários da instituição. "As nossas prioridades são esclarecer a situação financeira, manter o financiamento e apoios previstos nos próximos meses, fazer o diagnóstico de toda a situação, traçar um plano de acção claro, focado e com metas e transparência", disse a nova presidente da associação, explicando que assumiu o compromisso "pelas continuidade da Raríssimas e por ser mãe de uma menina com uma doença rara".

Na sua curta intervenção, Margarida Laygue reforçou também que é prioridade da nova direção "retomar a confiança de todos os parceiros" referindo-se em concreto a utentes, famílias, associados, colaboradores, Estado, mecenas e "todos os portugueses".

Para concretizar estes desígnios "com concentração e serenidade", a nova presidente da Raríssimas, adiantou que agora é o momento de a instituição ter o seu espaço "para agir e conseguir inverter a situação".

"A palavra de ordem para a nossa direcção será a transparência para que consigamos todos avançar. Teremos todo o gosto de prestar declarações a todos os órgãos de comunicação social mas numa fase mais tarde. Pedimos a compreensão no sentido de nos deixarem reunir toda a informação e traçar todos os planos para que consigamos avançar", adiantou.

A nova direcção tem ainda como vice-presidente Mafalda Costa e Rui Pedro Ramos como tesoureiro. A Assembleia-Geral elegeu ainda por voto secreto a nova presidente do Conselho Fiscal, Ana Paula Soares, que é directora de recursos humanos e mãe de um menino com uma doença rara.

Esta nova direcção visa substituir a que era liderada por Paula Brito da Costa, que se demitiu da presidência da Raríssimas após uma reportagem da TVI em que se levantavam suspeitas sobre a sua gestão. Entretanto, Paula Brito foi constituída arguida no âmbito da operação Raríssimas desenvolvida pela Polícia Judiciária e Ministério Público.

A operação está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.

A investigação da TVI mostrou documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente de Paula Brito da Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro para diversos gastos pessoais.

O caso provocou a demissão do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que foi consultor da Raríssimas. 

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