CGD vende créditos sobre grupo Vale do Lobo por 223 milhões de euros

Comprador foi “um fundo de investimento da ECS Capital vocacionado para intervir em projectos no sector imobiliário e turístico"

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vc vasco celio

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vendeu os seus créditos sobre o Grupo Vale do Lobo por 222,9 milhões de euros ao fundo de investimento da ECS Capital, confirmou fonte oficial da instituição financeira à Lusa. A notícia tinha sido avançada esta tarde, pelo Expresso.  

“A CGD confirma que efectuou, no dia 22 de Dezembro, a alienação dos seus créditos sobre o Grupo Vale do Lobo pelo valor de 222,9 milhões de euros”, esclareceu fonte do banco à agência noticiosa.

Conforme indica a mesma fonte oficial, o comprador foi “um fundo de investimento da ECS Capital vocacionado para intervir em projectos no sector imobiliário e turístico".

A Caixa Geral de Depósitos pretende ainda que o activo seja “recuperado e rentabilizado”. Contudo, alerta, a transacção “está sujeita à aprovação das autoridades competentes”.

A CGD entrou no grupo Vale do Lobo em 2006, como accionista e financiadora, tendo concedido um crédito de mais de 200 milhões de euros.

O empreendimento turístico de Vale de Lobo, no Algarve, noticiou o PUBLICO em Novembro de 2015, devia à Caixa Geral de Depósitos (CGD) cerca de 300 milhões de euros, após este ter atribuído à empresa que gere aquele resort 12 empréstimos, entre Dezembro de 2006 e Junho de 2010, no valor global de 249 milhões de euros.

Cinco desses empréstimos, no valor de mais de 216 milhões de euros, foram atribuídos pela Caixa, numa altura em que o ex-ministro socialista Armando Vara era administrador daquele banco, estando o principal - de 194 milhões de euros -  a ser investigado no processo conhecido como Operação Marquês.

Em 22 de Março último, o antigo administrador do banco público, Armando Vara considerou que a recuperação do sector imobiliário iria permitir ao banco recuperar a totalidade do dinheiro que emprestou ao empreendimento turístico no Algarve.

"Estou seguro que a CGD não perderá dinheiro com aquele activo. Os activos imobiliários, tal como desvalorizaram, agora estão a valorizar. O 'resort' teve condições para pagar 100 milhões de euros enquanto as condições eram muito difíceis", assinalou, na altura, Armando Vara.

"Vai ser vendido no mínimo pelo valor que a CGD lá colocou, mas atrevo-me a pensar que vai ser vendido acima desse valor", lançou o responsável durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao banco estatal.

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