Falha de segurança afecta processadores da Intel dos últimos dez anos

Problema tem impacto no Windows, macOS e Linux. Solução poderá tornar os computadores mais lentos.

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As acções da empresa caíram 6% desde que os relatos começaram a circular Reuters/PICHI CHUANG

Relatos recentes de uma falha de segurança escondida nos chips da Intel há uma década estão a levantar preocupações sobre os produtos da marca. De acordo com informação avançada pelo site de tecnologia Register, foi encontrado um defeito nos processadores da Intel que permite que alguns programas acedam a partes protegidas da memória dos computadores, destinados, por exemplo, a proteger palavras-passe.

O problema terá pelo menos dez anos. A Intel não comentou logo a informação, mas as acções da empresa caíram cerca de 6% nesta quarta-feira, depois de os relatos terem começado a circular. É a maior queda desde Abril. Mais tarde, a empresa admitiu estar a “trabalhar com outras empresas de tecnologia para resolver o problema”. No comunicado enviado aos órgãos de informação social ao final do dia não foram dados detalhes sobre a natureza das falhas ou quando foram descobertas. A Intel diz apenas o impacto das correcções “não será significativo” para o utilizador comum. 

As suspeitas de que algo estava mal começaram a circular quando na sequência da divulgação de actualizações de Linux para lidar com o assunto. Mais tarde, percebeu-se que a Microsoft seguia o exemplo. O problema não é exclusivo àqueles dois sistemas operativos, e afectará também o macOS, da Apple.

Alguns blogues especializados sugerem que a Intel já conhecia o problema, mas tem-no mantido confidencial enquanto desenvolve actualizações com programadores. O objectivo será evitar que potenciais atacantes saibam das falhas. 

De acordo com o Register, e com discussões de programadores de Linux, a solução poderá diminuir a rapidez das máquinas afectadas. A Intel contesta as teorias: “Quaisquer impactos ao nível do desempenho dependem da carga de trabalho do computador”, escreve em comunicado. O fundador do LWN, um site dedicado ao Linux, escreve: "Aparentemente, podemos esperar kernels mais lentos – mas mais seguros – como um presente para o novo ano."

Actualização 04/01/2018: Foi acrescentado o comentário enviado pela Intel aos órgãos de comunicação social. 

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