Brigitte Macron não quer ficar atrás, mas ao lado do marido

Primeira-dama francesa quer quebrar com um protocolo que considera antiquado e sexista.

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Reuters/BENOIT TESSIER

Nas cerimónias públicas e visitas de Estado, Brigitte Trogneux insiste em ficar ao lado e não atrás do marido. A primeira-dama francesa mostra-se inflexível e quer romper com um protocolo que considera antiquado e sexista.

Segundo a rádio RTL, citada pelo britânico Telegraph, Brigitte disse aos seus assistentes que não voltará a sentar-se atrás de Emmanuel Macron. Esta decisão já pôs as redes sociais a chamarem "rainha de França" à mulher do Presidente. Um título que não é feliz, uma vez que lembra mulheres como Maria Antonieta, que acabou guilhotinada.

Já em Setembro, nas Nações Unidas, Brigitte Trogneux recusou sentar-se atrás do marido. Na próxima semana, na visita à China, esperar-se-á que a primeira-dama se sente ao lado do chefe de Estado. Tristan Bromet, o seu chefe de gabinete e conselheiro do Presidente, declara que esta mudança justifica-se pela "concepção de casal" que Brigitte e Emmanuel Macron têm: "Uma união moderna na qual a mulher é colocada no mesmo nível que o homem."

Recorde-se que quando da eleição de Emmanuel Macron já se faziam prognósticos sobre as mudanças no Eliseu das quais Brigitte poderia ser responsável, nomeadamente a possibilidade de ter um cargo ligado à Educação 

A notícia desencadeou uma onda de piadas online. No Twitter, Brigitte Macron foi comparada com Maria Antonieta: "Nós elegemos o seu marido, não a senhora. Por isso, fique onde deve, querida." Outro post, citado pelo jornal britânico, diz: "Está confirmado: Brigitte Macron, não eleita, elegeu-se a si mesma Rainha da França."

Mas também houve reacções políticas como a do deputado de extrema-direita Gilbert Collard: "Eu posso imaginar [Emmanuel] Macron dois passos atrás [de Brigitte], chuchando no polegar presidencial." O político da Frente Nacional faz uma clara alusão à diferença de idade do casal, 25 anos.

Outros comentários mais sérios acusam a primeira-dama de desrespeitar o cargo: "Isso não é muito elegante da sua parte. A senhora não tem respeito pela função presidencial, pelo homem, mas sobretudo pela mulher. Ainda vive numa era passada, infelizmente 'está desatualizada'." Recorde-se, por exemplo, que o marido de Isabel II, o duque de Edimburgo, caminha sempre dois passos atrás da monarca. 

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