Santana junta-se a Marcelo e apela à “reinvenção” de Portugal

Ex-primeiro-ministro formalizou candidatura à liderança do PSD.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

Pedro Santana Lopes juntou-se a uma das ideias fortes da mensagem de Ano Novo do Presidente da República e sublinhou a necessidade de “reinventar” o país. A palavra, assumiu o próprio esta manhã na formalização da candidatura à liderança do PSD, é utilizada na sua moção em que manifesta apoio a Marcelo Rebelo de Sousa nas próximas presidenciais, caso venha a ser candidato, como escreveu o PÚBLICO no passado sábado.

Depois de entregar 2525 assinaturas, Santana Lopes, em declarações aos jornalistas, justifica o seu apoio a uma eventual recandidatura presidencial de Marcelo (as eleições só acontecem em 2021) por representar “um caso excepcional de magistratura de suprema do país, não só na popularidade mas de entendimento político”. As presidenciais estão previstas para 2021, mas o ex-primeiro-ministro considera que o “próximo congresso [do PSD], em 2020, já está em cima” dessas eleições.

Santana Lopes assumiu que recupera na sua moção e no seu discurso a palavra “reinventar” utilizada por Marcelo Rebelo de Sousa esta segunda-feira. É uma “coincidência”, diz, mas também uma “convergência” na ideia de que é preciso “reinventar o Estado, a organização social, a vida em comunidade dos portugueses” como forma de sair do “círculo vicioso” dos últimos anos reflectido não só nos incêndios deste ano mas também da “bancarrota” de 2010.

Na sua intervenção na sede do partido, Santana Lopes quis vincar uma diferença em relação a Rui Rio, embora sem nunca referir o nome do seu adversário. Trata-se da rejeição da ideia de bloco central. “Nesta moção, não existe equívoco nesta matéria. Deve haver alternativa entre os dois partidos, não devem estar juntos no Governo”, afirmou, defendendo que esses acordos de Governo entre PS e PSD facilitam o “crescimento dos extremos”.

O ex-primeiro-ministro também deixou uma crítica ao teor da moção de Rio. “São muito mais as considerações negativas sobre o PPD/PSD do que sobre outros partidos. Não acho que precise de se reencontrar a si próprio”, afirmou, numa alusão directa ao texto apresentado pelo ex-autarca do Porto, na passada quarta-feira, em Leiria.

Questionado sobre o financiamento dos partidos, Santana Lopes defendeu que deve haver "equilíbrio" entre apoios públicos e privados. No caso dos privados, o candidato disse não ver problemas nessa origem desde que "seja registado e que tenha limites". 

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