Os passos de James Baldwin em Lille e Paris

Uma exposição de fotografia de Edouard Caupeil organizada pelo jornal Le Monde assinala os ecos que as palavras do escritor e ícone dos Direitos Civis norte-americanos têm no mundo afro-americano nos dias que correm.

Foto
James Baldwin DR

James Baldwin (1924-1987), o escritor norte-americano e ícone dos Direitos Civis que foi o foco de I am Not Your Negro - Eu Não Sou o Teu Negro, o documentário de Raoul Peck nomeado para um Óscar estreado entre nós em 2017, é o foco de Chassés de la lumière, sur les traces de James Baldwin, exposição com ramificações em França. A primeira parte, na sala Aéronef, em Lille, arrancou a 8 de Novembro e continuará até 30 de Junho do próximo ano. Já a segunda, em Paris, na Leica Store Beaumarchais, tem início a 25 de Janeiro e fica até 31 de Março.

A organização é da M, a revista do Le Monde, e o conteúdo assenta nas fotografias captadas por Edouard Caupeil numa viagem que fez com o jornalista Nicolas Bourcier. Foi uma reportagem publicada na revista e tenta refazer os passos de Baldwin e ver que impacto as palavras do autor têm nos dias que correm, bem como a evolução da forma como os afro-americanos vivem nos Estados Unidos. Foram do Alabama, estado muitíssimo importante nos Direitos Civis norte-americanos – foi lá que, em 1965, Martin Luther King, Jr., amigo de Baldwin, marchou de Selma até Montgomery –,  até à Florida. Passaram por Birmingham, sede do Civil Rights Institute, cidade onde Edouard Caupeil e Nicolas Bourcier assistiram, no cinema Carver, a uma intensa sessão de I am Not Your Negro - Eu Não Sou o Teu Negro. 

França e Baldwin estão intimamente ligados. Foi para Paris que o escritor se mudou aos 24 anos, em 1948, para fugir ao racismo e à homofobia que o assolavam na sua terra natal. Até 1970, foi alternando entre França, Estados Unidos, Suíça e Turquia, tendo-se fixado nesse ano em Saint-Paul-de-Vence, entre os Alpes e a Côte d’Azur. Aí ficou até à sua morte, em 1987. 

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