Esperanças ou desejos?

Espero que os meus impostos não continuem a servir apenas para financiar a sobrevivência parlamentar de António Costa, mas sejam aplicados nas reais necessidades do país.

Uma dívida pública de 127,7% do PIB é um pedregulho atado aos pés de quem quer nadar. Espero – desejo – que baixe significativamente, aliás, continuaremos ultravulneráveis a um choque externo negativo, como num cenário em que o BCE cesse as compras de dívida e os juros subam. Este indicador é “absolutamente essencial” (Centeno) para avaliarmos a nossa robustez económica.

Temos hoje mais gente no mercado de trabalho. Mas em 2017 a economia cresceu menos do que o emprego, ou seja, a produtividade baixou. Espero que esta relação se inverta em 2018. Só então podemos considerar o aumento do emprego um sinal de sustentabilidade do crescimento.

Espero que cesse a variante de austeridade infligida pela “geringonça”, que devasta o lombo do Estado, mas lhe deixa ficar as gorduras. Precisamos exactamente do contrário.

A Operação Marquês é uma questão de sobrevivência do regime democrático. Espero que o processo judicial siga a bom ritmo. A renovação – ou não – do mandato da actual procuradora-geral será o teste crucial e definitivo à credibilidade do Governo e à conivência pessoal do primeiro-ministro.

Urgente é criar uma IPSS Frequentíssimas para acudir a uma patologia frequentíssima, que acomete governantes e arredores: propensão compulsiva para meter a mão no “guito” do Estado. Primeiro sintoma: o visado jura que tem a consciência tranquila; segundo sintoma: o primeiro-ministro reitera a confiança no visado.

Espero a eliminação da sobretaxa e que “TODOS os escalões do IRS sejam desagravados” (Centeno). Correlativamente, espero que os meus impostos não continuem a servir apenas para financiar a sobrevivência parlamentar de António Costa, mas sejam aplicados nas reais necessidades do país.

 

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