Dez tradições para doze badaladas

Uma pequena lista com algumas curiosidades sobre como em alguns países é preparada, e celebrada, a chegada do novo ano. Mas aviso à navegação: é melhor não os deixar experimentar tudo dentro de portas. O melhor é perguntar-lhes se não gostariam, antes, de ir conhecer o país onde se fazem estas maluqueiras.

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É algo a que muitos se começam a habituar. Ainda por cá a meia noite anda muito longe, e o dia ainda vai alto e nas televisões já começam a dar as imagens do fogo de artifício e a festa com que, por exemplo, australianos e neozelandeses receberam o ano novo. Isso já não será para a criançada grande foco de curiosidade – se ainda ninguém lhes explicou porque é que o dia, e a luz do sol, chega primeiro a uns países do que a outros, ainda vai a tempo, antes de começar a preparar a ceia e a vestir-se para a noitada: há sempre a técnica de usar um candeeiro e uma bola de futebol para explicar porque é que tal acontece.

Mas vamos partir do princípio que esse capítulo está arrumado, e tentemos antes aproveitar a noite da passagem de ano para lhes falar das diferentes tradições que existem em todo o mundo. Que o sol quando nasce é para todos, mas há muitas maneiras de festejar e abraçar essa luz. 

Aqui ficam algumas das tradições de passagem de ano, sendo melhor avisar desde já que não se recomenda que possam ser todas experimentadas dentro de portas. 

Argentina

Já ouviram falar de usar uma peça de roupa íntima da cor azul para dar sorte? Então, mas não há tantas outras coisas que são precisas o resto do ano, ou a sorte resolve tudo? Na Argentina resolveram o problema recorrendo ao arco-íris. Por exemplo, o vermelho significa o amor, o amarelo simboliza o dinheiro, o branco é sinal de paz, e o azul… o azul  traz saúde. 

Equador

Não é um exclusivo do país que dá o nome à linha que divide o mundo ao meio, mas é antes uma tradição de muitos países da América Latina. Chama-se queimar o ano velho e implica, tal como o nome indica queimar, atirar para uma fogueira um boneco de qualquer tipo. O ideal é que tenha sido feito com as próprias mãos.

África do Sul

Limpar a casa toda do chão ao tecto é quase uma obrigação, ninguém quer impurezas e lixo a passar de um ano para o outro. A curiosidade é que em algumas cidades da África do Sul limpar a casa também pode significar deitar móveis fora, nem que seja pela janela abaixo. É, portanto, um dia arriscado para andar pela rua e levar com uma cadeira ou um sofá na cabeça. Há muitos registos disso. 

Brasil

É uma daquelas imagens icónicas que passa em todas as reportagens com festividades da passagem de ano: o areal gigantesco da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, completamente lotado de pessoas vestidas de branco. Estar vestido de branco, para afugentar os maus espíritos, é uma das principais tradições. Estar numa praia implica também a tradição de saltar sobre sete ondas seguidas – sim, tudo isto para trazer boa sorte e afugentar o mau olhado.

Filipinas

Procurámos em muitas fontes, fizemos várias pesquisas, mas não encontrámos nada de muito sustentado sobre porque é que nas Filipinas há uma verdadeira fixação por tudo aquilo que é redondo. A mais plausível é a que diz que o dinheiro, ou melhor, as moedas, são redondas, e o círculo é uma das formas que mais se aproxima da perfeição. 

Dinamarca

Quando os dinamarqueses começam a ficar fartos do prato que têm na mesa, ou da chávena em que tomam o café, ou quando lhe partem uma asa, ou encontram um pedaço lascado, nunca deitam de imediato a peça de louça ao lixo. Sabem que vão precisar dela para a atirar à porta do vizinho da frente na noite da passagem de ano - isso significa, vejam lá, os desejos de um bom ano a quem dizemos que é nosso amigo. 

Japão

O Japão é muito conhecido pela rigidez das suas tradições, e pela forma como elas vão passando, imperturbáveis, entre gerações. Há várias relativas à passagem de ano: visitar um templo deve ser uma das primeiras coisas a fazer no ano novo, fazer tocar os sinos de cada templo 108 vezes seguidas é obrigatório e, agora sim, a nossa preferida: assinalar a chegada do novo ano com sonoras gargalhadas. Dizem que dão sorte

Colômbia

Esta é talvez a superstição mais indicada para aqueles que lêem estas páginas porque gostam de viajar. Na Colômbia, e porque se deseja que o ano novo traga muitas viagens, é normal sair à rua na noite de 31 de Dezembro a puxar um trolley pela mão. 

Itália

Uma das tradições que resiste em muitas localidades de Itália passa por escrever os desejos de cada um em pedaços de papéis que permanecem bem dobradinhos nos bolsos. Quando o ano muda, são atirados à lareira. 

Chile

Em Portugal comemos uvas passas, em Espanha comem uvas frescas. São 12, ao som das 12 badaladas. No Chile, e para dar sorte, é meter uma colherada de lentilhas à boca quando chega o ano novo. 

Sibéria (Rússia)

Tomar o primeiro banho frio do ano logo no dia 1 de Janeiro é tradição em vários pontos de mundo. Escolhemos terminar esta pequena volta ao mundo das tradições evocando o banho literalmente gelado: na Sibéria é preciso usar troncos pesados para furar a grossa camada de gelo e chegar ao líquido para onde se atiram sem medos – e usar o tronco das árvores é apenas uma parte da diversão. 

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