ERSE diz que Endesa é a eléctrica mais barata do mercado

Um dia depois de a EDP ter anunciado um aumento dos preços da luz e de mais um episódio de tensão entre a eléctrica e a reguladora, a ERSE publicou simulações que identificam a Endesa como tendo a oferta comercial com as tarifas mais baixas.

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Daniel Rocha

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) concluiu hoje que, entre Julho e Setembro deste ano, a oferta comercial de electricidade mais barata era da Endesa, com um custo anual de 822 euros para um casal com dois filhos.

De acordo com o mais recente Boletim de Ofertas Comerciais do Mercado Retalhista de Electricidade da ERSE, relativo ao terceiro trimestre deste ano, “a oferta comercial mono electricidade com menor factura anual é da Endesa, com um valor de 822 euros/ano” para um casal com dois filhos e com um consumo anual de 5.000 kWh.

Na publicação, o regulador, que vai começar a publicar este tipo de análises trimestralmente para informar os consumidores, acrescenta que “o diferencial desta oferta em relação à oferta comercial mono electricidade mais cara é de menos 174 euros/ano (-17%)”.

No que toca à tarifa transitória simples, a poupança verificada é de 116 euros por ano, enquanto na tarifa bi-horária está em causa uma diferença de 78 euros por ano.

Conjugando a luz com o gás natural, a ERSE aponta que, mais uma vez, a Endesa é a empresa comercializadora mais barata, com valores que rondam também os 822 euros por ano, e que, face à opção mais cara, representam uma poupança anual de 116 euros (menos 12%).

Também nesta opção se verificam vantagens face a outras empresas, com facturas inferiores em 116 euros por ano na tarifa transitória simples e em 76 euros na tarifa bi-horária.

Aludindo a outros tipos de consumidores, a ERSE refere que, tanto no caso de um casal sem filhos com um consumo anual de 1.900 kWh como de um casal com dois filhos que gasta 10.900 kWh por ano, a Endesa continua a apresentar os preços mais baratos.

No primeiro caso, do casal sem filhos, a factura anual de electricidade ou de electricidade e gás é de 329 euros, menos 70 euros por ano (17%) ou menos 46 euros por ano (12%), respectivamente, do que a opção de mercado mais cara.

Tanto na oferta comercial mono como na dual, a poupança é de 44 euros por ano na tarifa transitória simples e de 28 euros por ano na tarifa bi-horária, aponta o regulador.

Já no caso de um casal com dois filhos, a factura anual de electricidade ou de electricidade e gás é de 1.765 euros, menos 308 euros por ano (15%) ou menos 261 euros por ano (13%), respectivamente, do que a oferta mais cara.

Em ambos os casos, a tarifa transitória simples representa uma poupança 194 euros por ano (10%) face à opção mais cara, à semelhança da tarifa bi-horária, na qual é possível poupar 261 euros (13%).

A ERSE nota que o número de comercializadores e de ofertas comerciais tem vindo “a aumentar significativamente” desde a liberalização do sector eléctrico, em 2006, existindo actualmente entre 125 a 129 ofertas, tendo em conta o perfil de consumidor.

Existem ainda 17 empresas que comercializam electricidade e sete que disponibilizam luz e gás natural.

Além da Endesa, a EDP Comercial tem estas duas opções, entre outras companhias.

Na quinta-feira, a ERSE alertou para a "má prática", que confunde o consumidor, quando os comercializadores dizem que a electricidade vai ser actualizada na sequência das novas tarifas de acesso às redes definidas pelo regulador.

O regulador esclareceu que apenas fixa as tarifas para o mercado regulado, que vão ter uma redução de 0,2% em 2018, e que, no mercado livre, “a decisão de redução ou aumento é uma estratégia comercial do seu fornecedor".

Entretanto, a EDP Comercial informou que em 2018 as tarifas para os seus clientes vão subir em média 2,5%, justificando aos clientes que isso se deve à “publicação das novas tarifas de acesso às redes pela ERSE e à actualização dos custos de energia”.

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