Bono alvo de críticas depois de dizer que a música de hoje é “muito feminina”

O vocalista dos U2 disse que não havia muito espaço na indústria da música actual para a “raiva de jovens rapazes” — o que gerou reacções de indignação nas redes sociais.

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Bono, vocalista dos U2, ao centro Reuters/BENOIT TESSIER

Numa entrevista à revista Rolling Stone o vocalista dos U2, Bono, disse que a música hoje em dia se tornou “muito feminina” (girly, na versão original). “Há algumas coisas boas em relação a isso, mas o hip-hop é o único espaço para a raiva de jovens rapazes – e isso não é bom”, disse o músico à revista. “Quando eu tinha 16 anos, tinha muita raiva em mim”, disse Bono, considerando necessário que haja uma forma de aliviar todos esses sentimentos – e o rock’n’roll, diz, é um bom exemplo, já que “a raiva está no seu coração”.

As declarações de Bono motivaram algumas críticas e reacções menos positivas nas redes sociais. “Por causa de as mulheres estarem finalmente a serem representadas na indústria da música, ele [Bono] pensa que está a ficar ‘muito feminino’. Não, amigo, esteve foi ‘muito masculino’ durante demasiados anos”, escreveu a utilizadora Billy Lunn no Twitter. “As raparigas são rock’n’roll. Usar ‘feminino’ como um termo depreciativo é para os fracos de espírito”, disse uma outra utilizadora da mesma rede social.

Mas também houve quem o defendesse.

E brincasse com a situação.

A banda irlandesa U2 lançou no início do mês o seu décimo quarto álbum, intitulado Songs of Experience, que rapidamente chegou ao topo das canções mais populares nos Estados Unidos. Como nota o Guardian, Bono fala também das plataformas de streaming como um mecanismo para a feminização da música, na mesma entrevista à Rolling Stone: “o streaming é baseado no modelo de publicidade. E isso é muito, muito jovem, e é muito, muito pop”. “Estamos de volta aos anos 1950, em que o foco está mais nas canções do que nos álbuns. Os U2 fazem álbuns, portanto como é que sobrevivemos? Tornamos as canções melhores”, disse ainda. 

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