As vezes que imaginámos Macau

O ciclo co-organizado pelo Museu do Oriente e pela Cinemateca Portuguesa arranca a 7 de Janeiro.

Foto
O exotismo, a percepção do território durante o Estado Novo, por Antunes Amor

Cinema Macau. Passado e presente, um ciclo no Museu do Oriente programado pela investigadora Maria do Carmo Piçarra e co-organizado com a Cinemateca Portuguesa, desvendará a pluralidade de olhares sobre Macau durante o século XX e após a transição para a administração do território pela China. Da percepção, durante o Estado Novo, de realizadores portugueses – amadores (Antunes Amor) ou profissionais que serviram a propaganda (Ricardo Malheiro) –, às imagens fixadas por estrangeiros – ao serviço do regime, como Miguel Spiguel. É o programa, todo ele explorando o exotismo, para a primeira sessão, a 7 de Janeiro: Macau – Cidade progressiva e monumental, de Antunes Amor (1935), Macau: Cidade do nome de Deus, de Ricardo Malheiro (1952), A viagem de Sua Excelência o ministro do Ultramar ao Oriente 3 – Macau, de Ricardo Malheiro (1953), Macau, jóia do Oriente (1956) e Macau (1960), de Miguel Spiguel. Em contracampo, haverá o olhar contemporâneo de jornalistas e das novas gerações de cineastas portugueses, que viveram ou visitaram (Guerra da Mata/João Pedro Rodrigues, autores de A última vez que vi Macau) ou vivem no território (Ivo Ferreira, O estrangeiro), ou ainda da sérvia Nevena Desivojevic, que filmou em Lisboa a rememoração de um aspecto da vivência em Macau.

Mas não é tudo. O ciclo integra ainda investigações filmadas, assinadas por jornalistas portugueses (Filipa Queiroz e Hélder Beja) que relevam traços da presença portuguesa durante o século XX. E as inquietações da primeira geração de realizadores de Macau: Albert Chu, Leong Kin, Cobi Lou, Hong Heng Fai, Cheong Kin Man e Tracy Choi, recorrendo ao ensaio visual ou à animação. Serão dez sessões, e, é claro, haverá ainda Macau imaginado por Sternberg e Ray, que motivará uma conferência, de Rui Lopes, no Museu do Oriente: A representação de Macau colonial no cinema de Hollywood durante os anos 50.

Sugerir correcção
Comentar