Festejar o réveillon vestida de luxo e a preços baixos? Sim, é possível

Quer passar um fim de ano com um vestido Chanel ou uma mala Prada? Há lojas que vendem em segunda mão ou alugam. Sem complexos.

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A loja La Petite Coquette, no Porto, tem preços 30% a 70% mais baratos que as marcas Nelson Garrido

Se anda há muito tempo com o desejo de usar um vestido que lhe encha as medidas, até pode haver uma solução que não lhe assalte a carteira. Há propostas que passam pela compra em segunda mão e, quem sabe, descobre um vestido que nunca foi usado. Espreite a Du Chic à Vendre, em Lisboa, ou a La Petite Coquette, no Porto. Assim como há soluções de aluguer em lojas físicas e online.

Mas regressemos à venda em segunda mão. A loja do Porto propõe preços 30% a 70% mais baratos que as marcas, e na de Lisboa pode encontrar uma peça vintage ou de colecções mais antigas da Prada, Chanel, Cartier, Louis Vuitton ou Armani.

Nas duas lojas, separadas por mais de 300 quilómetros, pode mesmo dar de caras com um verdadeiro achado. “Aparecem muito peças que nunca foram usadas e que ainda têm etiqueta”, conta Monique Geallad, da Du Chic à Vendre, em Campo de Ourique, em Lisboa. “Há pessoas que só vestem a peça uma vez ou nem sequer usam”, confirma Luísa Valeixo, uma das três sócias de La Petite Coquette, no número 25 da Rua Cândido dos Reis, no Porto. Muitos dos sapatos e botas de luxo nem sequer pisaram a rua, por isso, ainda têm etiqueta; ou encontra edições limitadas de malas como uma Chanel clássica difícil de arranjar.

Mas atenção, aconselha Monique Geallad, a cliente tem de “entrar na loja com a mente aberta e não com a ideia fixa de que quer encontrar uma peça específica”. Por aqui há vestidos de gala, sim, mas só de tamanhos únicos. Por norma, é uma única peça que foi deixada em regime de consignação, muitas vezes por outras clientes. 

Apesar de não haver mais procura no Ano Novo do que no resto do ano, “os clientes procuram vestidos compridos, curtos, com brilho, alguma transparência, de cor preta, nude ou cinzenta”, descreve Luisa Valeixo. 

Roupa, calçado e acessórios à consignação

Vestido escolhido, no Porto, pode piscar o olho àquela mala Chanel que pode custar entre 1500 e seis mil euros, ou levar uma Prada a mais de metade do preço, a 600 euros, por exemplo. Na loja de Lisboa as malas Louis Vuitton, Chanel e Gucci têm sempre muita procura. “As calças e o calçado são mais difíceis de vender”, conta a proprietária da casa lisboeta que começou, já seis anos, no Estoril, numa altura em que ainda “não havia muito este conceito de lojas de peças em segunda mão”. Em breve, a Du Chic à Vendre terá peças para homem.  

Os clientes procuram mais uma peça original, por exemplo uma saia Prada de uma colecção anterior. “Não tenho colecções mais recentes. A maioria são peças de colecções antigas e vintage”, explica. Para Luísa Valeixo, o conceito de luxo em segunda mão “já é antigo”, por isso, a loja do Porto aposta em “peças actuais, de edições limitadas”. 

No Porto, a loja funciona à porta fechada ou seja, é preciso tocar à campainha e subir ao 1.º andar. Foi há quatro anos que Luísa Valeixo, Bárbara Caseiro e Salomé Machado abriram a boutique. Salomé Machado, advogada, costumava fazer vendas de garagem das suas malas e casacos de luxo. Luísa Valeixo desafiou a cunhada Bárbara Caseiro, designer e organizer de closets para se juntar. “O segredo é termos muito carinho pela loja e atendermos os clientes como se fossem família”, diz Luísa Valeixo. Vendem para todo o país e para o estrangeiro, sobretudo Espanha. 

As duas lojas funcionam com peças que são postas à consignação e não se pense que as pessoas as querem vender por necessidade. “Fartaram-se e querem outras, já não faz o seu estilo ou têm um armário pequeno e têm de se desfazer de algumas peças. Hoje podem gostar de Prada e amanhã preferir Valentino”, justifica Luísa Valeixo.  

Alugar em vez de comprar

Mas se preferir alugar também há várias lojas físicas e plataformas online onde pode encontrar alternativas. Por exemplo, para homem, um smoking alugado pode ser uma “boa solução”, refere Célia Gandra, da Aluguer Diadema, em Lisboa, que nesta altura tem tido muita procura para festas de réveillon no estrangeiro ou em cruzeiros, especifica. 

“As pessoas preferem alugar um smoking por 80 euros de marcas de prestígio do que comprar”, justifica Célia Gandra que tem clientes assíduos, alguns deles famosos. “Trabalhamos muito com personalidades da televisão e outras figuras públicas”, conta a proprietária da loja que já está na família há mais de 60 anos. 

Também aqui se toca à campainha para subir ao 2.º andar e escolher. Por aqui privilegia-se a discrição. Célia Gandra prefere trabalhar mais o mercado para homem porque rapidamente substitui uma peça danificada. “No caso dos vestidos, como são únicos, é mais difícil de repor”, explica. 

E existem complexos por se alugar uma peça de roupa? É tudo uma “questão cultural”, responde a empresária, além disso quem faz esta opção não é por ter menos recursos económicos, acrescenta. Muito pelo contrário. “Fazem-no para terem uma boa gestão de recursos, por ser mais prático, e um smoking comprado pode deixar de servir porque o corpo muda”, conclui.

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