Crescimento deverá abrandar em 2018

O sector da construção deverá manter uma “trajectória positiva” em 2018, prevendo-se que cresça 4,5% no total da sua produção, embora se registe um abrandamento no crescimento face a este ano, anunciou hoje a federação do sector.

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NELSON GARRIDO

“Esta previsão [de 4,5%] reflecte um abrandamento do ritmo de crescimento face a 2017, ano para o qual se estima um aumento de 5,9%, mas, ainda assim, parece vir confirmar o início de um período de recuperação do sector, após a grave e longa crise que este viveu desde 2002”, refere em comunicado a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP).

O segmento da construção de edifícios residenciais deverá crescer 7% em 2018, esperando-se que esteja na base do principal impulso do crescimento do sector no próximo ano.

Este segmento sofreu, segundo a FEPICOP, a maior quebra de produção desde 2002 (-80% ao longo de 13 anos consecutivos), sendo que foi aquele que também começou a recuperar, “de forma mais consistente desde 2015”, apresentando as taxas de crescimento anuais mais elevadas desde então, lê-se no comunicado.

Também para 2018 a sua evolução deverá ser a mais positiva de entre os diversos tipos de trabalhos.

A sua componente dos trabalhos de reparação/manutenção deverá ser a mais dinâmica, antecipando-se um crescimento de 9,7% para a sua produção em 2018, enquanto a construção nova, evidenciando uma trajectória positiva desde 2015, deverá manter-se mais moderada, com um crescimento previsto de 5,2%.

Já a produção do segmento dos trabalhos de engenharia civil deverá registar um crescimento de 4%, embora inferior ao observado em 2017.

“A conclusão dos muitos trabalhos desenvolvidos aquando das eleições autárquicas que tiveram lugar em Outubro de 2017 será uma das principais causas do abrandamento do ritmo de crescimento deste tipo de obras”, justifica a federação do sector.

Em contrapartida, o anunciado “reforço do investimento público”, já reflectido na proposta de Orçamento do Estado para 2018, deverá vir a compensar parte da redução de produção daí resultante, acrescenta.

Quanto à construção de edifícios não residenciais, esta deverá evoluir a uma taxa de mais 2,8% ao longo do próximo ano, com a componente pública a crescer a um ritmo superior ao da componente privada (+4% e +2%, respectivamente).

Também os trabalhos desenvolvidos por este segmento da construção beneficiarão do reforço do investimento público, que se espera venha a concretizar-se, em parte, em programas de recuperação de edifícios públicos, nomeadamente escolas e edifícios da área da saúde.

Para a componente privada deste segmento antecipa-se um crescimento igual ao da média dos dois anos anteriores: “+2%, apresentando-se em linha com o crescimento esperado para a economia” portuguesa, lê-se no comunicado.

A FEPICOP tem filiadas a Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) e a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).

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