Xangai quer limitar população residente a 25 milhões de habitantes

O objectivo do Governo chinês é evitar que a população sofra com a falta de resposta eficiente em áreas como a educação e a assistência médica.

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Reuters/THOMAS PETER

A China pretende limitar a população do seu centro financeiro da China — Xangai — a 25 milhões de habitantes até 2035, para gerir a "doença das grandes cidades". A informação foi dada pelas autoridades chinesas nesta segunda-feira e visa controlar o tamanho da metrópole e garantir alguma qualidade de vida à população, nomeadamente no acesso aos serviços básicos, detalhou o Conselho de Estado chinês.

"Até 2035, a população residente em Xangai será limitada a cerca de 25 milhões de habitantes e a quantidade total de terrenos disponibilizados para construção não excederá os 3200 quilómetros quadrados", informou o Governo chinês, citado pelo Guardian.

A imprensa estatal define a "doença das grandes cidades" como um fenómeno que acontece quando uma megacidade se torna atormentada com poluição ambiental, congestionamentos de trânsito e falta de serviços públicos, incluindo educação e assistência médica.

Alguns especialistas duvidam da viabilidade do plano, antecipando que os trabalhadores migrantes e a classe social mais pobre são quem mais sofrerá. O alerta foi dado foi feito pelo investigador Liang Zhongtang quando a medida do Governo chinês estava ainda em fase de rascunho.

Esta não é uma medida inédita. Em Setembro deste ano, o Governo anunciou um limite semelhante para Pequim, ao definir que a cidade não poderá ter mais de 23 milhões de habitantes em 2020. As autoridades pretendem ainda diminuir a população nos seis distritos principais do país em 15%.

Para cumprir este objectivo, as autoridades informaram que algumas agências estatais transferirão parte dos serviços para uma cidade a cerca de 100 quilómetros a sul de Pequim. A data em que os serviços serão transferidos ainda não foi definida.

Grande parte das maiores cidades chinesas enfrentam actualmente o aumento dos preços das casas, agitando os medos de uma bolha imobiliária. Pequim e Xangai promulgaram regras rígidas sobre quem pode comprar imóveis, uma vez que as duas cidades ficam mais vulneráveis à pressão demográfica se os preços começarem a cair.

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