A última semana da Colette, em Paris: "o fim de uma era"

A famosa e influente concept store parisiense fechou as portas ao público esta quarta-feira, depois de duas décadas a definir tendências.

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Sandrine Tonye, a gestora de comunidade da Colette, no dia da despedida Instagram, @colette
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Quarta-feira foi o dia de despedida da Colette Reuters/BENOIT TESSIER
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Quarta-feira foi o dia de despedida da Colette Reuters/BENOIT TESSIER
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Colette Rousseaux, a fundadora da loja, a embrulhar artigos para um cliente Reuters/BENOIT TESSIER
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Centenas de pessoas aproveitaram os últimos dias para visitar uma última vez a loja LUSA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
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Centenas de pessoas aproveitaram os últimos dias para visitar uma última vez a loja LUSA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
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Centenas de pessoas aproveitaram os últimos dias para visitar uma última vez a loja LUSA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Depois de 20 anos a trilhar caminho no mundo da moda, a icónica concept store parisiense Colette disse adeus para sempre. O anúncio chegou em Julho e as portas fecharam para sempre nesta quarta-feira.

Apelidada por alguns como a loja mais trendy do mundo, a Colette misturava nos seus três pisos uma selecção vanguardista de produtos de lifestyle: havia discos de música para descobrir ao lado de gadjets de tecnologia e novos criadores de moda com um futuro promissor junto a outros já conceituados. Um marco do estilo parisiense, ficou conhecida também pela irreverência nas inúmeras colaborações com designers, eventos exclusivos e pop-ups.

"Algumas lojas prometem fazer-nos sentir mais ricos, elegantes ou mesmo inteligentes. A Colette prometia fazer-nos sentir que éramos os primeiros", escreve Cody Delistraty, na revista Garage.

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Colette era adorada por celebridades e designers e tinha como clientes frequentes figuras como Karl Lagerfeld. "Compro lá tudo. É a única loja onde vou porque eles têm coisas que mais ninguém tem", chegou a dizer, citado pelo New York Times. Caroline De Maigret lembra-se de se encontrar com o criador mais do que uma vez na loja. A manequim, co-autora de Como Ser uma Parisiense em Qualquer Lugar Do Mundo, comenta, num vídeo publicado no site, que o encerramento da Colette representa "o fim de uma era". Pharrell Williams, que fez parte de uma das últimas colaborações da Colette – personalizando uma edição especial dos seus Adidas Hu NMD com a Chanel –, descreve a loja como o local "onde as pessoas com bom gosto iam para coleccionar coisas".

O site da Colette convida ainda qualquer pessoa a deixar a sua própria mensagem pessoal (até 200 caracteres). Quem pôde estar presente na loja esta semana para o adeus, terá presenciado um cenário de frenesim, comparável às lojas mais populares antes do Natal. "A clientela habitual – pessoal novo e hit, à procura de comprar merchandise raro da Balenciaga – foi substituída por uma clientela mais ampla do que nunca. As assistentes de loja contam que parece uma 'atracção turística'", escreve o Guardian. "O sentido de urgência é palpável."

A loja fechou as portas do número 213 da Rue Saint-Honoré – que acolherá no futuro a YSL – às 19h de quarta-feira. Pelas 10h30 dessa manhã, meia hora antes da abertura, "um bando de jovens hipsters formava uma fila ordeira", descreve a WWD. Nas prateleiras da loja as t-shirtssweatshirts com a mascote da Colette e slogans como "Forever Colette" – semelhante à hashtag #coletteforever, que tem circulado nas redes sociais – rapidamente desapareceram. 

"Todas as coisas boas têm de ter um final", anunciou a Colette em Julho, no Instagram. Segundo a publicação, a decisão terá vindo da necessidade de Colette Roussaux – que fundou o espaço e o geria com a filha – ter mais tempo para si própria. "E a Colette não pode existir sem a Colette."

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