A história de Hurray for the Riff Raff chega a Braga em 2018

Estreia-se em Portugal, a 17 de Julho próximo, no Theatro Circo, em Braga, a banda de Alynda Segarra. Que vem sedimentando a reputação de uma autora de canções folk preenchidas com palavras pouco domesticadas.

Foto
Alynda Segarra foi sedimentando a reputação de uma autora de canções folk preenchidas com palavras pouco domesticadas

Hurray for the Riff Raff é um nome pouco óbvio para uma banda. Mais ainda para um alter-ego. Porque se há uma banda a gravitar em torno da voz de Alynda Segarra, a verdade é que quase parece uma desculpa para a cantora nascida no Bronx e de origem porto-riquenha não se sentir sozinha em palco e insuflar as suas canções arraçadas de folk com um pouco mais do que voz e guitarra.

Segarra estrear-se-á em Portugal a 17 de Julho do próximo ano, no Theatro Circo, em Braga, depois de em 2017 ter lançado o álbum The Navigator. É assumidamente um álbum de regresso às origens para a cantora, depois de ter andado a espalhar o seu charme por todo o território norte-americano a partir de New Orleans. Foi para lá que se mudou depois de um período de mochila às costas, quando achou que precisava de um lugar em que as suas canções pudessem esbarrar menos no cenário urbano nova-iorquino.

Desde que editou o primeiro álbum de Hurray for the Riff Raff, It Don’t Mean I Don’t Love You, em 2008, Alynda Segarra foi sedimentando a reputação de uma autora de canções folk preenchidas com palavras pouco domesticadas. Quer isto dizer que sempre deixou que as suas causas não se perdem no caminho e encontrassem sempre forma de colonizar letras como a de The body electric – em torno da violência de género. O tema, incluído em Small Town Heroes (2014), foi considerado por Ann Powers da National Public Radio (NPR) a canção política daquele ano

Segarra começou a sua carreira ao fugir de casa com 17 anos, engrossando as histórias inevitáveis daqueles que se iniciaram a tocar na rua a troco de notas e moedas suficientes para custear refeições e um abrigo durante a noite. Aos poucos, foi-se afirmando no circuito de uma folk com vistas largas, sem trair a inabalável fé nos cancioneiros de Bessie Smith, Memphis Minnie e Woody Guthrie que primeiro a empurraram para a música.

The Navigator, que se deixa também contagiar por contemporâneos como Bruce Springsteen, Ryan Adams ou até Fiona Apple, é um disco confessadamente atravessado pelas pazes feitas com as suas origens. Segarra serve-se da personagem Navita Milagros Negrón para discorrer sobre questões de desenraizamento ou apagamento, nucleares para a comunidade latina nos Estados Unidos. Diz ela que percebeu que é “uma miúda porto-riqueza do Bronx com uma história diferente para contar”. Oiçamo-la então.

Sugerir correcção
Comentar