Facebook com mais opções para ignorar mensagens indesejadas

Facebook revela planos contra bullying e contas falsas: a rede social vai passar a monitorizar alguns endereços de IP e avisar quando alguém partilha fotografias do utilizador.

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O Facebook tem novas medidas para combater o assédio Nuno Alexandre Mendes

Ano novo, políticas novas: com o final de 2017 a aproximar-se, o Facebook quer mostrar que leva a privacidade e segurança dos seus utilizadores a sério. Esta semana, a rede social partilhou planos para diminuir os casos de assédio e bullying na plataforma, e acabar com contas de utilizadores que roubam fotografias de perfil para fingirem ser quem não são.

Uma das novas estratégias da rede social é permitir ler mensagens sem que a outra pessoa saiba. “Por vezes, quando alguém está a ser assediado online, ignorar o utilizador leva a um aumento do assédio, particularmente offline”, nota Antigone Davis, a responsável de segurança do Facebook, num texto a explicar as mudanças. Por isso, a partir de agora, pode-se clicar sobre uma mensagem para desactivar as notificações e arquivar a mensagem, automaticamente, na pasta de mensagens filtradas. Lá, é possível continuar a seguir a conversa sem que os outros intervenientes percebam.  

As novidades surgem no seguimento de um texto publicado pela rede social, na sexta-feira, em que dois investigadores debatem se “Passar tempo nas redes sociais é mau para nós?”

A rede social também vai passar a monitorizar alguns endereços de IP (um conjunto de números que permite identificar cada dispositivo numa rede), para combater pedidos de amizade e mensagens de pessoas indesejadas. Para Davis, o objectivo é acabar com “histórias de pessoas que bloqueiam alguém, só para as encontrar, novamente, a utilizar outra conta.” 

Em alguns países, as mudanças incluem tecnologia de reconhecimento facial. A empresa quer notificar os utilizadores sempre que alguém publique uma fotografia da sua cara (ou aquilo que o Facebook considera a cara do utilizador). Aos olhos da equipa do Facebook, a ferramenta vai aumentar o controlo que os utilizadores do site têm sobre a sua imagem e diminuir as fotografias de pessoas a circular na Internet sem que estas saibam.

Esta última alteração, porém, não chega a Portugal, ou a qualquer outro país da União Europeia, onde as leis de protecção de dados proíbem este tipo de reconhecimento facial.

“Estamos a fazer isto para impedir que pessoas se façam passar por outras”, defende Joaquin Candela, um director do Facebook, na apresentação da nova funcionalidade. “Agora, ao utilizar a tecnologia de reconhecimento facial podemos avisar alguém quando outra pessoa publica uma fotografia sua como a imagem de perfil.”

Pedidos de informação

Em geral, contas falsas, ou contas a publicar conteúdo de outrem, são algo que a rede social quer erradicar. Pela primeira vez, o relatório de transparência do Facebook – divulgado também esta semana  – lista queixas de utilizadores sobre o uso indevido da sua propriedade intelectual (o que inclui direitos autorais, de marca, e falsificação de conteúdo), além de pedidos de informação de vários governos. Entre Janeiro e Junho deste ano, foram feitas 279 mil queixas deste tipo.

“Acreditamos que ao partilhar informação sobre relatórios associados à propriedade intelectual é um passo importante para nos tornarmos mais abertos e transparentes sobre como protegemos os utilizadores e as empresas que usam os nossos serviços”, lê-se na apresentação do relatório. 

Já os pedidos oriundos de governos subiram 21% face a 2016: em 2017 foram feitos mais de 78,8 mil pedidos de informação. No Facebook, Portugal é responsável por cerca de 1%: nos primeiros seis meses do ano, foram registados 793 pedidos de informação sobre 1089 contas. A rede social deu resposta a 45% dos casos.

Embora a empresa não detalhe os motivos por detrás de cada pedido, frisa que “a grande maioria está relacionada com processos penais, como roubos ou raptos”. Em muitos casos, estes pedidos governamentais pretendem obter informações básicas do utilizador, como o nome e a data de registo.

Os pedidos de remoção de conteúdo que violam leis locais também aumentaram significativamente. De 6944 para 28.036 (uma subida de mais de 300%). De acordo com o Facebook, a maioria dos pedidos está relacionada com o vídeo de um tiroteio numa escola no México, em Janeiro. Foram removidos 20.506 vídeos do incidente.

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