Com aprovação da reforma fiscal, Trump está a um passo da primeira grande vitória

Câmara dos Representantes aprovou novamente a maior reforma fiscal nos EUA dos últimos 30 anos, proposta por Donald Trump. O Senado deverá votar ainda esta noite. Mas alterações de última hora deverão provocar nova votação nesta quarta-feira.

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LUSA/JIM LO SCALZO

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou a reforma fiscal proposta por Donald Trump na tarde desta terça-feira. A bola passa para o Senado, que votará durante a noite o documento. Tudo indicava que, na quarta-feira de manhã, o Presidente norte-americano tivesse a proposta final saída do Congresso em cima da mesa e pronta para assinar. No entanto, os senadores democratas encontraram três cláusulas que dizem ir contra as regras do Senado. Trump terá de esperar mais algumas horas para confirmar a sua primeira grande vitória legislativa.

A Câmara dos Representantes – cuja maioria é detida pelo Partido Republicano - aprovou a maior reforma fiscal nos EUA nos últimos 30 anos com 227 votos a favor e 203 contra. Ambas as câmaras do Congresso tinham já votado as suas respectivas versões deste pacote fiscal. Agora, falta conciliar as duas versões para depois enviar a proposta final a Trump. 

Ora, depois de a proposta ter saído da Câmara dos Representantes para ser encaminhada para o Senado -  onde os republicanos detêm uma frágil maioria - logo começaram a surgir notícias de que os senadores democratas apontaram para três cláusulas do documento que não respeitam as complexas regras da câmara alta do Congresso norte-americano. Ou seja, a versão aprovada pela Câmara dos Representantes deverá ser alterada de forma a retirar estes três pontos, o que obrigará a câmara-baixa a votar novamente a reforma fiscal.

Apesar de este pequeno contratempo, até ao Natal o pacote fiscal de Trump deverá receber o carimbo presidencial e estará pronto a ser aplicado, tal como era desejo do Presidente.

A proposta prevê a redução drástica dos impostos para as empresas e os contribuintes mais ricos, ao mesmo tempo que autoriza a exploração de petróleo no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Árctico e põe fim à obrigatoriedade de os cidadãos terem um seguro de saúde. Concretamente, a carga fiscal das empresas vai descer de 35% para 20% já a partir de 2019; e os impostos para cerca de metade da população também desce, embora menos e com um fim anunciado para 2025.

Esta enorme descida de impostos levantou algumas preocupações com as consequências para a já imensa dívida norte-americana: vai acrescentar mais de um trilião de dólares a uma dívida que já ultrapassa os 20 triliões de dólares. Por outro lado, os democratas argumentam que a medida vai aprofundar as desigualdades entre ricos e pobres nos EUA.

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