França quer G20 a discutir regulação da bitcoin

Em questão está a segurança dos cidadãos que investem em bitcoins, e a utilização da blockchain para sistemas de lavagem de dinheiro.

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A rápida ascensão da bitcoin traz preocupações de que seja uma bolha especulativa Reuters/BENOIT TESSIER,Reuters/BENOIT TESSIER

Com a fama da bitcoin a aumentar – e o valor da divisa digital a subir – a União Europeia quer introduzir legislação para regular as criptomoedas. A França quer convencer outros países fora da UE a seguir o exemplo. 

Este domingo, o ministro Francês das finanças, Bruno Le Maire, disse que vai pedir aos ministros das Finanças do G20, que reúne as 20 maiores economias mundiais, para considerar uma regulação conjunta da bitcoin a partir do próximo ano. O objectivo é impedir que a divisa digital mais popular do mundo continue a ser utilizada para lavagem de dinheiro. “Não gosto. Pode esconder actividades como tráfico de drogas e terrorismo”, disse Bruno Le Maire, em declarações ao canal francês LCI.

As preocupações são partilhadas por vários países europeus. Na sexta-feira, dia 15 de Dezembro, os Estados-membros da União Europeia concordaram em introduzir regras mais rígidas para prevenir o financiamento de acções terroristas em plataformas de transferência de bitcoins e outras moedas digitais. A ideia estava a ser debatida desde Julho de 2016 como parte das novas emendas à legislação actualmente em vigor sobre lavagem de dinheiro. Uma das medidas é eliminar a possibilidade de anonimato ao lidar com bitcoins por “não ser possível associar as transações a pessoas identificadas”, sendo difícil garantir o controlo pelas autoridades. “A redução do anonimato relacionado com moedas virtuais contribuirá para reforçar a confiança dos que as usam de boa-fé”, lê-se na nova proposta publicada no site da Comissão Europeia.

A decisão da União Europeia – e as palavras recentes do francês Bruno Le Maire – chegam numa altura em que o valor da bitcoin ronda os 19 mil dólares. A rápida ascensão da divisa traz preocupações de que seja apenas uma bolha especulativa: quando deixarem de existir investidores disponíveis para pagar cada vez mais, poderá ocorrer uma venda maciça da criptomoeda. 

“Sou a favor de garantir a segurança dos cidadãos que poupam. Há um risco especulativo evidente”, acrescentou o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, que espera um debate sobre o futuro da bitcoin na próxima cimeira do Grupo dos 20, em Abril. 

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