Líderes independentistas presos arriscam castigos para participar na campanha

A partir da prisão e às escondidas das autoridades, Oriol Junqueras deu uma entrevista radiofónica.

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Campanha da Esquerda Republicana: Oriol Junqueras está ausente, mas tornou-se um símbolo MARTA PEREZ/EPA

Oriol Junqueras, o líder da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que continua preso preventivamente, deu pela primeira vez uma entrevista para a rádio, utilizando um dos telefonemas que está a autorizado a fazer desde a prisão. Atacou, de forma velada, o ex-presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, que permanece em Bruxelas: “Estou aqui porque não me escondo e sou consequente nos meus actos”, afirmou o que era o número dois no governo autonómico independentista.

Supremo Tribunal espanhol decidiu manter presos Junqueras e os dirigentes das duas maiores associações soberanistas da Catalunha, Jordi Sànchez e Jordi Cuixar, que estão a ser investigados por delitos de rebelião, secessão e peculato.

Antes de começar a campanha, a ERC era o partido que ia à frente nas sondagens – agora que as eleições estão prestes a acontecer, na quinta-feira, o Cidadãos, anti-separatista, está a ter uma ligeira vantagem. Apesar de estar preso, Junqueras tem tentado participar na campanha eleitoral através de gravações envidas para fora da prisão.

E arrisca-se a ser sancionado pelo Ministério do Interior espanhol por ter dado esta entrevista radiofónica, e por ter feito sair da prisão de Estremera essas gravações, que são intervenções na campanha eleitoral. A agência Europa Press noticia que Junqueras reconheceu ter violado  o regime disciplinar da cadeia, usando o que disse ser um telefonema para um amigo – com duração máxima de cinco minutos – para dar a entrevista.

Jordi Sànchez, presidente da Assembleia Nacional Catalã e número dois da lista Juntos pela Catalunha, a nova marca do PDeCAT de Carles Puigdemont, foi já castigado por ter usado comunicações com familiares e amigos para difundir mensagens políticas. Em causa está uma mensagem gravada sua divulgada num comício em Barcelona, em que chamava “idiotas úteis” ao chefe de Governo Mariano Rajoy e Inês Arrimadas (líder do Cidadãos na Catalunha), Miguel Iceta (líder do Partido Socialista Catalão) e Xavier García Albiol (líder do Partido Popular na Catalunha). O seu advogado diz que foi mudado de módulo na prisão.

Junqueras disse, numa entrevista dada por escrito ao jornal La Vanguardia, que tem cada vez mais problemas na prisão por causa das suas comunicações. A ERC vai encerrar a sua campanha terça-feira com uma manifestação frente à penitenciária de Estremera, nos arredores de Madrid. 

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