Advogados de Trump acusam FBI de acesso ilícito a e-mails da sua equipa

Procurador especial acedeu a e-mails da equipa de transição do Presidente de uma forma que os advogados de Trump dizem “não estar autorizada”. Democratas defendem que é apenas uma tentativa de desacreditar a investigação.

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Robert Mueller, o responsável pela investigação a uma possível conspiração entre Trump e a Rússia Reuters/Larry Downing

Sob suspeita, entre outras coisas, de ter conspirado com a Rússia para obter e divulgar os e-mails de Hillary Clinton, sua adversária política nas últimas eleições, Donald Trump tenta agora contra-atacar com o mesmo tipo de argumentos através dos seus advogados, que acusam o FBI de, na sua investigação à sua equipa e à possível colaboração com Moscovo, estar a ter acesso a correspondência electrónica de forma ilegal.

A acusação surge numa carta enviada ao Congresso por um dos advogados da equipa de transição formada por Donald Trump depois de ter ganho as eleições de Novembro de 2016 e antes de tomar posse como Presidente. Kory Langhofer diz que Robert Mueller – o homem encarregue de conduzir a investigação do FBI sobre um possível conluio entre Trump e a Rússia – teve acesso a milhares de e-mails enviados e recebidos pela equipa de transição de Trump por uma via “não autorizada”. O argumento exposto na carta – que foi revelada pelo jornal norte-americano Politico - baseia-se no facto de a equipa de transição de Trump ter estado a usar nessa altura o sistema informático de uma agência governamental, a General Services Administration (GSA).

A equipa de transição considera que esta agência governamental não tinha autorização para entregar esses e-mails ao FBI e pede ao Congresso para proteger futuras equipas de transição presidenciais de terem “os seus registos privados apropriados de forma indevida por agências governamentais”.

Robert Mueller nega qualquer acusação de uso indevido de informação. “Sempre que obtivemos e-mails no decorrer da nossa actual investigação criminal, assegurámo-nos que tínhamos ou o consentimento do dono das contas, ou o processo criminal apropriado”, afirmou um porta-voz da investigação.

A acusação da equipa de advogados que representa Trump está a ser recebida pela oposição à Casa Branca apenas como “mais uma manobra de diversão” para tentar travar uma investigação que está cada vez mais a pressionar a Administração. Eric Swalwell, um membro do Partido Democrata na Câmara de Representantes, diz que o que está a ser feito é “uma tentativa de desacreditar Robert Mueller”. “Documentos privados no Governo dos EUA, num sistema público de e-mails? O que é que eles têm medo que venha a ser descoberto?”.

A investigação da equipa especial do FBI liderada por Mueller tem vindo, durante as últimas semanas, a apertar o cerco a vários responsáveis da equipa de transição de Donald Trump. Até ao momento, quatro pessoas já foram alvo de acusação formal, uma delas o antigo conselheiro da Casa Branca para a Segurança, Michael Flynn, que se declarou culpado de ter prestado depoimentos falsos ao FBI sobre as reuniões realizadas com o embaixador russo nas semanas antes da tomada de posse do actual Presidente Trump.

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