Pentágono manteve programa de investigação de OVNI activo até 2012

Programa de investigação ao estilo dos Ficheiros Secretos foi uma realidade durante cinco anos no Departamento da Defesa norte-americano, com financiamento garantido pelo Senado.

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O ex-senador Harry Reid (segundo à direita, de óculos escuros) foi o principal dinamizador da criação do programa Reuters/JAMES LAWLER DUGGAN

Durante cinco anos, entre 2007 e 2012, o Departamento da Defesa norte-americano manteve activo um programa dedicado a investigar avistamentos de objectos voadores não identificados (OVNI) com um orçamento anual de 22 milhões de dólares.

A notícia – que parece trazer para a realidade o argumento da série Ficheiros Secretos - foi avançada no sábado pelo The New York Times e confirmada pelos responsáveis do Pentágono numa resposta à Reuters.

O programa, denominado Programa de Identificação de Ameaças de Aviação Avançadas, obteve em 2007 o seu financiamento graças sobretudo à iniciativa do antigo líder democrata no Senado, Harry Reid. Uma equipa do Departamento da Defesa analisava relatórios de aviões militares e comerciais que davam conta de fenómenos não explicados, investigando por exemplo registos vídeo e áudio produzidos durante voos dos caças da força aérea norte-americana que mostram pilotos espantados com o movimento de objectos voadores que não conseguem identificar. Alguns desses vídeos já tinham sido tornados públicos no passado mês de Agosto.

Em 2012, confirmou agora o Pentágono, “foi decidido que havia outros assuntos de alta prioridade que mereciam financiamento”, colocando-se um ponto final no programa. Ainda assim, escreve o The New York Times, os funcionários que estavam afectos ao programa, e que forma colocados noutros departamentos, continuam a realizar de forma ocasional investigações a relatos de OVNI que surjam.

Em declarações ao jornal, Harry Reid, que sempre foi conhecido pelo seu entusiasmo pelo fenómeno OVNI, explicou a decisão de financiar um programa deste tipo com o elevado número de provas que lhe foram mostradas e com o risco potencial de segurança que pode estar envolvido nesta questão. “Não estou nem envergonhado, nem embaraçado, nem arrependido de ter posto isto em movimento. Acho que é uma das coisas boas que fiz enquanto estive no Congresso, fiz uma coisa que nunca ninguém tinha feito”, afirmou o ex-senador.

Uma parte importante do programa era executado com recurso aos serviços da empresa Bigelow Aerospace, que constrói módulos para estações espaciais e que é detida por Robert Bigelow, amigo do senador Harry Reid e também ele conhecido defensor da existência de sinais de presença de extraterrestres na Terra.

A informação em relação à existência deste programa começou a circular por iniciativa do funcionário do Departamento da Defesa que o liderava e que, há dois meses, decidiu abandonar o Pentágono para se juntar a um programa privado de investigação do fenómeno OVNI.

De acordo com o The Washington Post, foi Luis Elizondo que fez o requerimento para que três dos vídeos registados pelos caças da Força Aérea fossem divulgados. Em declarações ao jornal, diz que não pode realizar a sua missão no Pentágno porque “o Departamento não conseguiu providenciar os recursos que as provas acumuladas mereciam”.  

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