Para ler não dá

Um Kindle é para passar muitas horas seguidas a ler, como todos os modelos anteriores permitiram. O novo, para ler, não dá.

Como recomendei aqui um Kindle Oasis - o primeiro, que tem a Maria João - tenho medo que se julgue que recomendo o novo Oasis que saiu agora, em Dezembro de 2017.

Aviso já que o novo Oasis, dito à prova de água, é o único mau Kindle que já usei. Já não é possível comprar a primeira versão do Oasis: é mais leve, tem écran de tamanho normal e uma segunda bateria na capa de cabedal - que é oferecida. Esse era muito bom mas deixaram de fazê-lo.

O novo Oasis (250 euros) não presta. Se está a pensar comprar um Kindle, compre um Paperwhite (110) ou um básico (70). Ambos são excelentes e cumprem o que se pretende: que nos esqueçamos do que temos nas mãos, deixando-nos mergulhar no que estamos a ler.

O novo Oasis é particularmente mau para quem gosta de ler mais de meia-hora de cada vez. O aparelho está desequilibrado: o peso está quase todo de um lado, fazendo doer muito a mão que tem de suportá-lo.

O Oasis antigo tinha um desequilíbrio menor (por ser mais pequeno e leve) mas a capa bem pensada e tactilmente agradável reequilibrava-o, tornando-o confortável.

O novo Oasis, feito de alumínio, é frio e anguloso, quase cortante. Quando estamos a ler a sensação deve ser tépida, do calor das mãos - e não gelada, como acontece com este Kindle.

Não sei o que se passou. As críticas na Net têm sido ridiculamente entusiásticas, só porque o écran tem uma excelente nitidez. Mas um Kindle é para passar muitas horas seguidas a ler, como todos os modelos anteriores permitiram. O novo, para ler, não dá.

 

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