Uber acusada de espionagem em carta divulgada por tribunal

Carta escrita por antigo funcionário dá conta da utilização de agentes encobertos e de equipas de vigilância para obter segredos de concorrentes.

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Uber tem sido alvo de diversas acusações de práticas ilegais contra empresas concorrentes Reuters/Simon Dawson

A Uber é acusada, numa carta escrita por um antigo funcionário, de ter recorrido a agentes encobertos para realizar acções de espionagem contra empresas concorrentes, revelou esta sexta-feira o tribunal que está a julgar nos Estados Unidos um dos casos em que está envolvida a empresa de serviços de transporte norte-americana.

De acordo com diversos órgãos de comunicação social, o juiz responsável por julgar a batalha legal entre a Uber e a empresa de veículos autónomos Waymo divulgou o conteúdo da carta escrita por Richard Jacobs, que antes de ser despedido pela empresa em Abril era o responsável pela área de informação global da Uber.

A missiva – escrita depois de Jacobs ter saído da empresa em conflito com a mesma – dá conta dos esforços que terão sido realizados pelos responsáveis da Uber para ter acesso a segredos das suas empresas concorrentes, incluindo por exemplo a utilização de “agentes encobertos para recolher informação contra grupos de táxis e figuras políticas locais”, o envio de “uma equipa de vigilância” para gravar conversas entre executivos de uma empresa rival ou a utilização a aquisição de código para melhor compreender como é que as aplicações de rivais funcionam.

O autor da carta – que tinha sido enviada inicialmente para os responsáveis da Uber mas que só agora foi tornada pública – já chegou entretanto a um acordo com a empresa, envolvendo uma indemnização de 4,5 milhões de dólares, tendo afirmado que algumas das acusações realizadas não eram afinal verdadeiras.

Ainda assim, o juiz do caso entre a Uber e a Waymo considerou que a informação nela contida é relevante e optou divulga-la antes do início do julgamento que deverá ocorrer em Fevereiro.

Em resposta enviada aos órgãos de comunicação social, a Uber, que alterou o seu conselho de administração e substituiu o CEO Travis Kalanick, afirma que “não foram confirmadas todas as acusações presentes nesta carta e, muito importante, nenhuma relacionada com a Waymo”. A empresa assinala ainda que a sua nova liderança “deixou claro que irá competir honesta e justamente, apenas baseada na força das suas ideias e tecnologia”. 

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