Governo reforça vigilância à tuberculose nos javalis

Os potenciais efeitos na saúde humana são a principal motivação do acompanhamento mais atento.

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Rui Gaudêncio

O Ministério da Agricultura vai reforçar a vigilância de javalis e veados para avaliar o predomínio de doenças como a tuberculose nestes animais. A tutela pretende assim conter “os potenciais efeitos na saúde humana”, escreve o Jornal de Notícias. A partir deste mês e até Fevereiro irão ser recolhidas amostras em mil animais em 100 zonas de caça. O objectivo é determinar o alargamento da área em risco de epidemiologia, que actualmente atinge 19 concelhos, detalha o mesmo jornal.

A monitorização assentará em quatro patologias: a tuberculose, a peste suína africana e clássica, e a doença de Aujeszky, que afectam as populações de javalis e cervídeos (veados). O plano foi já transmitido às associações de caça, universidades e Ordens dos Médicos Veterinários.

A preocupação do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural baseia-se não só no impacto dos problemas sanitários, mas também no risco para a saúde humana. De acordo com Rui Capucho, especialista em saúde pública, “a tuberculose mais incidente em javalis é a mesma que existe em bovinos” e por isso “há risco de transmissão a seres humanos através, por exemplo, do consumo de leite”, diz ao JN.

Desde 2011 que a área de risco epidemiológica está definida em 19 concelhos, entre Penamacor e Moura. Estas zonas consideradas de risco deverão ser obrigatoriamente supervisionadas por médicos veterinários especialistas em procedimentos de examinação de caça. Caso não sejam, a multa varia entre 250 euros e 3750 euros no caso de pessoa singular, e pode ir até aos 45 mil euros no caso de pessoa colectiva.

Nos últimos cinco anos, na área epidemiológica para a doença em animais de caça maior em 24% dos casos (em batidas, montarias e acções de correcção de densidade populacional) foram caçados animais com sinais de tuberculose. Um número que desceu substancialmente para uma média de 3% de casos confirmados em laboratório, segundo dados apresentados pelo secretário-geral da Associação de Caçadores, João Carvalho.

O responsável aponta que este plano não se deverá limitar aos três meses para que está delineado, mas deve ter um ritmo anual, uma vez que o número de javalis tem aumentado em Portugal.

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