Cartas ao director

"Brexit" e linhas aéreas

As companhias aéreas britânicas estão extremamente reticentes relativamente ao "Brexit", uma vez que podem perder o acesso ao mercado comunitário. As mais expostas são a Easyjet e Rynair, que beneficiam de um acordo de livre circulação assinado em 1992. Como é óbvio, o processo de saída do Reino Unido pode assegurar o acesso aos céus europeus, embora, para que tal aconteça é necessário que o governo britânico aceite o regulamento aéreo comunitário, que inclui normas que ultrapassam as linhas vermelhas dos defensores do "Brexit".

Estas questões são de suma importância para o turismo português, que está fortemente dependente das companhias low-cost, ao tornarem o acesso ao nosso país economicamente vantajoso para milhões de cidadãos. Assim sendo, como defendeu João Duque [professor no ISEG], Portugal deveria adquirir uma posição numa dessas companhias, de forma a assegurar a sua presença em terras nacionais.   

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

 

Finanças

Num artigo do PÚBLICO de quarta-feira, admira-se o director deste jornal que seja pelas Finanças que este Governo tenha obtido o seu reconhecido sucesso. Mas a verdade é que a raiz da sua constituição foi precisamente a reposição de "salários e pensões" eminentemente dependente do estado altamente deteriorado da situação económico-financeira do país.

Com a troika, o país mergulhou em carências generalizadas (sem precedentes nas últimas décadas) e julgo que é consensual que a política deve dirigir-se, no essencial, a assegurar condições de sobrevivência dignas a todos as suas camadas populacionais e não só às classes mais favorecidas. Foi exactamente isso, no essencial que o governo levou a cabo. As " trapalhadas políticas" são um ex-libris dos nossos governos praticamente sem excepção.

O sucesso no essencial deve ser motivo de regojizo, mau grado a necessária correcção das águas turvas que têm toldado o panorama político, com indubitáveis consequências deploráveis em algumas áreas, que têm obrigatoriamente que ser corrigidas.

Ana Maria Mota, Porto

 

Deus, Pátria e Família

Penso que os menos jovens ainda se lembram da lição de Salazar: Deus, Pátria e Família - a trilogia da educação nacional. Pelos vistos, com o advento revolucionário do 25 de Abril e por aquilo a que assistimos no dia-a-dia, daquela trilogia, vá lá, safou-se a Família. Se não acreditam, reparem como a classe política trata de arranjar colocações para todos os parentes até à quinta geração e por afinidade, sendo o expoente máximo, desculpem o pleonasmo, o líder da bancada socialista na Assembleia da República Carlos César, isto sem querer menosprezar outros compagnons de route.

Jorge Morais, Porto

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