FIFA adverte Madrid e envia comissão de análise a ingerências

Chefe de Estado, Mariano Rajoy, admite pedido de audiência, mas garante que a selecção espanhola irá competir no Rússia 2018.

Foto
EPA/Sebastien Nogier

A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) está debaixo de fogo, aguardando um encontro de carácter urgente, entre responsáveis da Federação Internacional de Futebol (FIFA) e representantes do Governo, que é acusado de iniciativa que, aos olhos da FIFA, configura uma intolerável ingerência que, no limite, poderia mesmo afastar a selecção espanhola das provas organizadas pelo organismo, nomeadamente do próximo Campeonato do Mundo organizado pela Rússia, em 2018.

Apesar de este não ser um cenário inédito para a “Roja”, e de ser convicção quer do presidente da RFEF, Juan Luis Larrea, quer do próprio chefe de Estado, Mariano Rajoy, que ninguém poderá impedir a selecção de Lopetegui de participar no e até conquistar o Rússia 2018, a verdade é que o comunicado emitido pela RFEF valida a profunda apreensão que levou a FIFA a interpelar os dirigentes espanhóis durante o recente sorteio do Mundial, em Moscovo, a 1 de Dezembro.

Uma alegada denúncia de Ángel María Villar sobre a possível interferência do Conselho Superior dos Desportos de Espanha (CSD), tutelado pelo Governo, supostamente favorável a novas eleições na RFEF, acabou por desencadear uma série de reacções e medidas, como o protocolo previsto para situações deste género. A suspensão do mandato de Ángel María Villar, presidente da RFEF nos últimos 29 anos, na sequência da detenção de Julho passado por suspeitas de corrupção, promoveu Juan Luis Larrea a máximo responsável da RFEF.

Indigitação que Luis Rubiales, antigo dirigente do sindicato dos jogadores, contestou em Novembro, avançando com uma moção de censura ao mesmo tempo que declarava a intenção de candidatar-se ao cargo já em 16 de Janeiro de 2018.

O Conselho de Estado deverá, entretanto, decidir sobre um requerimento do Tribunal Administrativo do Desporto espanhol, a pedido do CSD, no sentido de solicitar novas eleições, por suspeita de possíveis irregularidades na última reeleição de Villar. Este facto terá motivado a imediata intervenção da FIFA, cujos estatutos não admitem ingerências políticas, embora reine a ideia de que tudo acabará por resolver-se sem recurso a medidas drásticas.

Mariano Rajoy desdramatizou qualquer tipo de intervenção da FIFA, dizendo que o ministro competente lhe assegurara que nenhuma comunicação chegou ao respectivo gabinete, admitindo apenas a recepção de uma carta a solicitar uma audiência a título meramente informativo. com Lusa

Sugerir correcção
Comentar