A trajectória da bitcoin está a estabilizar e a volatilidade da criptomoeda tem sido substancialmente menor do que nas semanas recentes. Nos últimos dias, o preço da divisa digital não se tem afastado muito dos 16 mil dólares. Às 8h da manhã (hora de Lisboa) dos dias 11, 12, 13 e 14 de Dezembro o valor da bitcoin foi de 16 717, 16 857, 16 786, e 16 758 dólares respectivamente.

A calma contrasta com a subida explosiva nos últimos 30 dias, em que o valor da bitcoin (que tem estado em ascensão desde o começo do ano), mais que duplicou. No dia 14 de Novembro, o valor da bitcoin rondava os 6500 dólares.

Desde domingo que a Cboe Global Markets, uma bolsa de derivados financeiros nos EUA, oferece um serviço para apostar no valor futuro da bitcoin.  Isto é feito através de contratos em que investidores se comprometem a comprar e vender uma determinada quantidade de bitcoins, a um determinado preço, numa data futura. Quem compra em avanço espera que na altura da transacção o valor real da criptomoeda seja superior ao que concordou em pagar. A média dos preços dos acordos que terminam até Março de 2018 tem rondado os 17 mil dólares.

Apesar do valor da bitcoin se ter mantido estável, a atenção reforçada às divisas digitais tem impulsionado o valor de outras criptomoedas. Nos últimos quatro dias, a ethereum – que é a segunda maior criptomoeda depois da bitcoin – ultrapassou as barreiras dos 600 dólares e dos 700 dólares (embora tenha descido ligeiramente desde então).

A Litecoin, outra divisa digital popular (baseada no modelo da bitcoin, mas adaptada para processar transacções mais rapidamente), também tem registado uma subida acentuada. A semana passada, o valor rondava os 90 dólares, mas está quinta-feira estava acima dos 400 dólares. Desde então, porém, desceu significativamente depois de o próprio fundador, Charlie Lee, alertar que “comprar Litecoin é extremamente arriscado” (valia 283 dólares, às 17h desta segunda-feira). “Desculpem estragar a festa, mas preciso de gerir as expectativas”, escreveu Lee no Twitter. 

A rápida ascensão da bitcoin desde o começo de Janeiro – altura em que o valor rondava os mil dólares –, traz preocupações de que seja apenas uma bolha especulativa. Tal como como aconteceu com o negócio das túlipas no século XVII, ou a bolha dot-com nos anos 1990, quando não existirem mais investidores disponíveis para pagar cada vez mais poderá ocorrer uma venda massificada da criptomoeda. 

Para já, a bitcoin continua a gerar interesse. A nível mundial e nacional as pesquisas no Google para “comprar bitcoins” subiram a pico desde meados de Novembro. Nos EUA, o regulador financeiro Joseph Borg alertou numa entrevista ao canal de televisão CNBC que há pessoas a pedir empréstimos para investir em bitcoins.

Em Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) também enviou um alerta sobre o investimento em produtos relacionados com bitcoins e outras criptomoedas. Em declarações à Lusa, a fonte oficial do regulador dos mercados financeiros pede aos investidores para “estar especialmente atentos ao risco destes produtos porque estudos internacionais revelam que são produtos que têm gerado perdas substantivas.”