Marcelo diz que Governo já tem equipa a tomar conta da Raríssimas

Presidente da República admite ter recebido carta sobre a situação naquela instituição de apoio social.

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LUSA/Tiago Petinga

O Presidente da República anunciou nesta quinta-feira que o Governo já tem uma equipa a tomar conta da Raríssimas, facto que a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, não comenta.

"É uma instituição que não pode parar. É necessário manter em funcionamento a instituição e, tanto quanto sei, o Governo já decidiu enviar uma equipa para esse efeito", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, antes de assistir à emissão do Natal dos Hospitais, na RTP, em Lisboa.

Confrontada com estas declarações, a ministra da Presidência limitou-se a dizer que o Governo não tem "absolutamente mais nada a dizer sobre esse assunto".

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que a investigação "não pode levar meses", porque se trata de "uma instituição com milhares de pessoas envolvidas" e não pode "esperar um mês, dois meses, quatro meses, cinco meses, seis meses".

Esperar esse tempo, afirmou Marcelo, "significaria eventualmente a morte de uma instituição", cuja presidente se demitiu após uma investigação jornalística da TVI que revelava o alegado uso, por parte da presidente, de dinheiro da associação para fins pessoais.

O Presidente da República também admitiu nesta quinta-feira ter recebido, no Palácio de Belém, uma carta sobre a situação na associação Raríssimas, dias antes da reportagem da TVI, mas "não tinha nada de específico".

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre a notícia de que a Presidência da República recebeu uma carta com uma denúncia, antes da reportagem da TVI, emitida no sábado, sobre alegadas irregularidades, cometidas pela presidente desta instituição que recebe financiamento do Estado.

"É muito simples: [a carta está] datada de 16 [de Novembro], chegou no dia 23, foi carimbada no dia 25, chegou, por causa dos feriados, dia 4 de Dezembro. A reportagem é três ou quatro dias depois, chegou no meio de outras denúncias e não tinha nada de específico", afirmou o Presidente.

Na segunda-feira, dois dias depois da reportagem da TVI, Marcelo afirmou que ao Palácio de Belém não chegou "nada de específico, de concreto" sobre eventuais irregularidades ou ilegalidades na associação Raríssimas, das quais só teve conhecimento pela reportagem de sábado.

Questionado, nesse dia, sobre se chegou ao Palácio de Belém algum tipo de denúncia ou queixa, o chefe de Estado respondeu: "A Belém não chegou nada de específico, de concreto, relativamente ao que se passava em termos de ilegalidade. E, portanto, digamos assim, os dados concretos vieram a ser conhecidos por todos nós quando foram objecto de um programa de televisão."

"Não tinha conhecimento de irregularidades ou ilegalidades específicas ou concretas que pudessem ser apontadas. Passei a conhecê-las quando vi o programa de televisão, às tantas da noite", insistiu.

Na segunda-feira, quando foi questionado se lhe chegou algum tipo de queixa ou denúncia mais genérica, Marcelo Rebelo de Sousa fez uma pausa e, em seguida, declarou: "Daquilo que eu vi no programa, houve quem se dirigisse a instituições e depois ao Governo, não sei exactamente com que teor de dados concretos. E, depois, os dados concretos são conhecidos por todos no programa televisivo."

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