Câmara de Viseu suspende na sexta-feira operação de transporte de água

Autarquia gastou 600 mil euros para que a água não faltasse nas torneiras dos munícipes.

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Adriano Miranda

A operação de transporte de água em camiões-cisterna para abastecimento do concelho de Viseu, que tinha sido iniciada no final de Outubro devido à seca, será suspensa na sexta-feira, disse nesta quinta-feira o presidente da autarquia, Almeida Henriques.

"Temos um caudal que nos permite satisfazer a necessidade diária de água que é alocada à ETA (estação de tratamento) para poder fazer o fornecimento do concelho de Viseu e dos concelhos à volta. Face a esta situação, achamos que não faz sentido manter essa operação", justificou Almeida Henriques aos jornalistas, no final da reunião de Câmara.

Segundo o autarca, hoje, a Barragem de Fagilde - que abastece os concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo - já terá perto de 450 mil metros cúbicos de água e os rios Coja e Dão estarão com um caudal de sete mil metros cúbicos cada.

"A partir das 0h de amanhã (sexta-feira) estará suspenso este transporte de água. Se chegarmos a um momento em que voltemos outra vez a estar a gastar mais água do que a capacidade do caudal, podemos ter necessidade de reativar a operação", afirmou.

No entanto, Almeida Henriques disse que há que "ter fé de que o inverno continue a fazer o seu percurso, como é notório hoje, e que a queda da água vá permitindo normalizar".

"Quando atingirmos meio milhão de metros cúbicos (de água na barragem) estaremos mais ou menos a um sexto daquilo que seria o normal da época na nossa barragem. Ainda temos um percurso longo para fazer. Não temos que baixar guardas, porque não está ultrapassado o problema", avisou.

Mas, na opinião do autarca, não faz sentido estar "a gastar 20 mil euros por dia quando, neste momento, o caudal dos rios é superior às necessidades" de consumo.

Desde 30 de Outubro, a Câmara de Viseu gastou 600 mil euros para que a água não faltasse nas torneiras dos munícipes: "500 mil euros na parte logística e 100 mil euros em bombas e outro tipo de aquisições que foi preciso fazer". "A Câmara de Viseu já recebeu 175 mil euros do Fundo Ambiental, o que deixa por cobrir 425 mil euros de despesa", recordou.

Almeida Henriques contou que, de uma forma concertada, os quatro municípios vão fazer chegar ao secretário de Estado do Ambiente as faturas das despesas que tiveram com o transporte de água. "Percebemos que o Fundo Ambiental possa já não ter este ano verba disponível, mas é um fundo que se renova todos os anos", frisou, sugerindo que a situação seja tratada "logo no início do próximo ano".

À reunião de Câmara de hoje foi a abertura dos procedimentos para o concurso público para a requalificação dos reservatórios existentes da Águas de Viseu que, numa primeira fase, representará um investimento de 284.441 euros. Nesta primeira de três fases, serão alvo de intervenções 14 dos 64 reservatórios, explicou Almeida Henriques.

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