PSD exige Vieira da Silva no Parlamento até amanhã

Líder da bancada social-democrata critica o "manto de suspeições que se avoluma" sobre a conduta de Vieira da Silva, que caucionou as contas da Raríssimas na véspera de se tornar ministro.

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O PSD quer Vieira da Silva no Parlamento o mais depressa possível Nuno Ferreira Santos

Ainda hoje (quinta-feira) ou no máximo amanhã (sexta): o PSD quer que o ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social vá ao Parlamento "com carácter de urgência" explicar o seu envolvimento no caso da Raríssimas para acabar com a "indignação geral" que se criou no país.

"Avolumam-se as suspeitas sobre a conduta do ministro neste caso", apontou o líder da bancada social-democrata em declarações aos jornalistas na Assembleia da República. "Ninguém entenderia que o Governo pudesse ir de fim-de-semana sem dar ao país as explicações que esse país exige", desafiou Hugo Soares.

"É do interesse do próprio Governo e do ministro" que essas explicações sejam dadas o quanto antes, acrescentou, lembrando que o pedido de audição de Vieira da Silva foi aprovado ontem e só falta a marcação da data.

António Costa também foi visado por Hugo Soares: "É evidente que a quem compete, em última instância, dar explicações sobre a actuação do Governo é ao primeiro-ministro - que ainda não as deu", apontou o social-democrata. Mas por enquanto, "hoje é tempo de pedir explicações ao ministro", insistiu.

Até porque, afirmou, hoje a comunicação social "avoluma o manto de suspeição sobre o ministro": "Aparentemente, um dia antes de tomar posse caucionou as contas da instituição", disse o deputado, acrescentando que Vieira da Silva, tal como a mulher, a deputada Sónia Fertuzinhos, "viajou para a Suécia e participou em cerimónias daquela instituição", deslocações pagas pela Raríssimas - a explicação do ministro é outra.

"Em nome da transparência e da dignidade das instituições, do interesse das instituições e do país, o Governo deve explicar-se", voltou a pedir Hugo Soares, para quem não basta ouvir António Costa reiterar a confiança no seu governante. Porque, diz Soares, o primeiro-ministro já fez isso em relação a ministros e secretários de Estado que no dia seguinte abandonaram o cargo. "A palavra do primeiro-ministro nessa matéria não é de confiança".

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