Tillerson propõe “diálogo directo sem condições prévias” à Coreia do Norte

António Guterres está esta quarta-feira no Japão, país que defende a aplicação de sanções para travar o programa nuclear de Pyongyang.

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Rex Tillerson está fragilizado como secretário de Estado dadas as suas divergências com Trump Reuters/JONATHAN ERNST

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, propôs à Coreia do Norte um “diálogo directo sem condições prévias”, num gesto diplomático que acontece duas semanas depois de o país ter feito um teste de um míssil balístico intercontinental. O secretário-geral da ONU, António Guterres, faz esta quarta-feira uma visita ao Japão, um país que tem defendido a estratégia de pressionar a Coreia do Norte, através de sanções, a desistir das armas nucleares.  

“Não é realista dizer que só podem conversar se vierem para a mesa prontos para renunciar ao seu programa. Investiram demasiado nele (…) Estamos dispostos a uma primeira reunião sem condições prévias”, afirmou Tillerson, numa conferência promovida pelo think thank Atlatintic Council, citado pelo El País.

Depois de o Presidente dos EUA ter ameaçado a “destruição total” da Coreia do Norte, Rex Tillerson pede agora um “período de calma” sem testes de mísseis para permitir o diálogo. O representante da política externa da Administração Trump vive, ele próprio, dias incertos, já que a Casa Branca deu nota, no final de Novembro, de que havia um plano para o substituir pelo director da CIA, Mike Pompeu.

Ainda que o Presidente tenha desmentido esta informação, a imagem do secretário de Estado ficou fragilizada. Por outro lado, os dois parecem divergir na forma de lidar publicamente com a Coreia do Norte. Depois da abertura para o diálogo manifestada por Tillerson, a Casa Branca declarou, em comunicado, que a iniciativa “é uma perda de tempo” e deixou por esclarecer se tinha dado aval ao discurso do representante da política externa. A mesma nota assegurava que a visão de Trump sobre a Coreia do Norte "não mudou". 

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