Paula Brito e Costa demite-se da presidência da Raríssimas

Os polémicos gastos da presidente da associação foram revelados pela TVI. Secretário de Estado da Saúde, que foi consultor da Raríssimas, também está de saída do Governo

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Rui Gaudencio

A presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, decidiu deixar o cargo na sequência da polémica gerada pelo alegado uso de dinheiros da associação para gastos pessoais. O caso foi revelado no sábado pela TVI.

Ao início da tarde, em declarações ao Expresso, Paula Brito e Costa disse-se vítima de “uma cabala muito bem feita”.

“Deixo à Justiça o que é da Justiça, aos homens o que é dos homens e ao meu país uma das maiores obras, mas mesmo assim vou. Presa só estou às minhas convicções”, declarou a presidente da Raríssimas.

Segundo o Expresso, Paula Brito e Costa estaria a negociar o abandono de funções com o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, desde segunda-feira. A sua ideia seria suspender funções enquanto decorressem as investigações, mas, por não existir tal figura no quadro das instituições particulares de solidariedade social, acabou por se demitir.

A Raríssimas já estava sem vice-presidente desde Maio e a pessoa convidada para o cargo, o deputado do PSD Ricardo Baptista Leite, veio entretanto declarar-se indisponível para o cargo, depois da polémica desencadeada pelas suspeitas de gestão danosa na instituição.

Paula Brito e Costa, cuja gestão está a ser também investigada pelo Ministério Público, num inquérito aberto em Novembro, na sequência de uma denuncia anónima, mas ainda sem arguidos, é acusada de usar o dinheiro da Raríssimas em benefício próprio, nomeadamente em despesas pouco condizentes com a associação, desde vestuário a compras de supermercado, passando pela subscrição de um plano de poupança reforma, num valor superior a 800 euros por mês, suportado pela instituição. 

Além de um salário base de três mil euros mensais, muito acima do previsto na lei para os dirigentes de uma IPSS, a ex-presidente da Raríssimas receberia ainda mais 1500 euros mensais para deslocações e 1300 euros em ajudas de custo. Dos cofres da instituição sairiam ainda 900 euros para o automóvel de gama alta em que se deslocava. 

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