Rio apresenta moção no sábado, Santana revela linhas estratégicas no domingo

Os dois candidatos à liderança do PSD já chegaram a um acordo quanto a um primeiro debate televisivo. Será na RTP no início de Janeiro, o segundo está ainda por decidir.

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Rio e Santana em 2005, num comício no Coliseu do Porto Nelson Garrido

O ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, apresenta sábado à tarde moção de estratégia global com que se candidata à liderança do PSD. O documento estratégico está a ser ultimado pela equipa, coordenada pelo antigo ministro da Educação e ex-presidente do Conselho Nacional de Educação, David Justino.

Pedro Santana Lopes escolheu o dia de domingo para tornar públicas as linhas estratégicas da sua candidatura e a sua comissão de honra, presidida por Rui Machete. Será no decorrer da convenção nacional da candidatura, “um momento importante” para juntar toda a estrutura de campanha de Santana Lopes, disse ao PÚBLICO fonte da candidatura.

A um mês das directas, Rio e Santana olham para as sondagens de forma distinta. Se o primeiro não tem “dúvida nenhuma de que a preferência pela” sua “candidatura é brutal”, o segundo acha que “as sondagens são uma verdadeira anedota”. Ambas as frases foram proferidas pelos candidatos à liderança do PSD no Fórum TSF, em que entraram em directo na manhã desta segunda-feira, motivadas pelo mais recente estudo de opinião da Aximage.  

Aí, Rui Rio ganhava a Pedro Santana Lopes por uma margem superior a 43,7%, na melhor das hipóteses. Nas contas da Aximage, que entrevistou telefonicamente 603 pessoas entre os dias 1 e 4 de Dezembro, Rio é o melhor presidente do PSD para 71,9% do total dos inquiridos, contra uma percentagem de 21,8 que prefere Santana. No universo dos eleitores do PSD essa diferença é menor, mas continua esmagadora: 70,5% entende que Rio é o melhor e apenas 26,8% prefere Santana como líder. A sondagem foi publicada na edição do Correio da Manhã desta segunda-feira.

Mas se Rio está à frente no campeonato das preferências de voto dos inquiridos pela Aximage, Santana Lopes parece ser o único dos dois sociais-democratas que consegue captar apoios na actual direcção do PSD. Apesar de nem Maria Luís Albuquerque, nem Pedro Passos Coelho, nem Marco António Costa terem revelao quem escolheriam para líder, a verdade é que Santana tem já os apoios (uns mais discretos que outros) de Teresa Morais e de Carlos Carreiras, que foi o coordenador autárquico do PSD.

Teresa Morais é, aliás, uma das coordenadoras da redacção das linhas programáticas a apresentar domingo. E João Montenegro, que era assessor de Passos no Governo e passou, mais tarde, a secretário-geral adjunto do partido, foi escolhido para director da campanha santanista.

A moção de Santana está a ser coordenada por Telmo Faria, antigo presidente da Câmara de Óbidos, e também pela deputada Teresa Morais. O até agora provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa optou por não ter coordenadores para as diferentes áreas, concentrando tudo em Telmo Faria, muito embora esteja a recolher contributos de algumas figuras do partido para o seu documento estratégico.

Quanto aos debates televisivos entre os dois candidatos, o único que está garantido é o da RTP, que deverá realizar-se na primeira semana de Janeiro. As duas candidaturas ainda não se entenderam quanto a um segundo debate, e se a TVI e a SIC não chegarem a um acordo é bem provável que o frente-a-frente Rio-Santana aconteça não numa estação de televisão, mas numa estação de rádio.

A quatro dias da data limite para o pagamento das quotas, os militantes mobilizam-se para no dia 13 de Janeiro estarem em condições de poder votar. O PÚBLICO apurou que na semana entre 1 e 7 de Dezembro pagaram as quotas 3747 militantes. O Porto foi o distrito onde mais militantes pagaram as quotas: 1114, seguindo-se o de Aveiro com 662. O distrito onde houve menos militantes a pagar as quotas foi Portalegre com 12. Em Lisboa (área metropolitana) 427 militantes regularizaram a sua situação, um número que baixou para 34 no caso de Lisboa-área oeste.

Contas feitas, se as eleições directas para escolher o novo líder dos sociais-democratas fossem hoje, os distritos do Porto, Lisboa e Aveiro representavam 52% dos militantes com quotas pagas.  

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