Viseu agradece à tempestade Ana, que afectou captação de água no concelho de Ansião

Barragem de Fagilde, em Viseu, tem mais água e caudais dos rios aumentaram. Operação camião-cisterna foi reduzida e se continuar a chover pode ser suspensa.

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Câmara de Viseu já gastou mais de 600 mil euros a encher a barragem EPA/NUNO ANDRE FERREIRA

As chuvas da tempestade Ana foram “providenciais” para Viseu. Ajudaram a encher a Barragem de Fagilde, onde já há água para mais um mês, e a aumentar os caudais dos rios Coja e Dão. A operação camião-cisterna que estava no terreno para abastecer a albufeira e os depósitos de Viseu e Mangualde foi reduzida e se continuar a chover poderá ser suspensa no final da semana.

Segundo o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, só as chuvas que caíram na noite de domingo para segunda-feira permitiram que a Barragem de Fagilde ficasse com mais 200 mil metros cúbicos de água do que tinha até então. “É nossa expectativa que hoje [terça-feira] até ao final do dia a Barragem tenha meio milhão de metros cúbicos. Significa que subiu mais de 1,10 metros, sensivelmente, e revertemos aquilo que era uma quebra diária”, sublinhou, alertando que, ainda assim, a situação está longe da normalidade. Apesar dos seis mil metros cúbicos de água que estão a ser despejados por hora no sistema, isto representa “apenas um sexto dos valores da época”, explicou.

O autarca anunciou, entretanto, que o número de camiões-cisterna (28) que estavam a transportar diariamente água das barragens de Vilar e Balsemão para os depósitos de Viseu foi reduzido para dez e que se as previsões de chuva se mantiverem para os próximos dias a operação poderá ser suspensa. “Já reduzimos o número de camiões, até porque nos está a custar 20 mil euros por dia. Se nos próximos dias chover como está previsto é nossa intenção suspender a operação. Mas vamos continuar preparados para avançar a qualquer momento se a situação se agravar”, assegurou.

Segundo as contas feitas pelo presidente da câmara, o município de Viseu já gastou com esta operação mais de 600 mil euros. “Mais de 500 mil foram para a parte logística, os outros 100 mil para gastos com bombas e outros equipamentos. Da parte do Governo recebemos 175 mil euros, espero que a autarquia venha a ser ressarcida do restante valor", disse, esperando que, como pedido uma reunião que teve esta semana com o secretário de Estado do Ambiente, também as outras câmaras "que não estavam preparadas para isto”, sejam apoiadas.

Também em Mangualde o transporte de água com camiões-cisterna foi reduzido, enquanto que a operação colocada no terreno pelo Governo e que envolvia o transporte de água bruta e tratada por autotanques dos Bombeiros e Exército para Fagilde foi igualmente suspensa.

Desde Outubro que esta albufeira está a ser alimentada por águas de outras barragens. A chuva está a inverter  um cenário de “seca extrema”mas não deixa as entidades descansadas. “É uma grande ajuda, foi um alívio, mas volto a apelar para a população continuar a ter uma enorme contenção de consumo, pelo menos até tudo se normalizar”, disse Almeida Henriques.

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