Estado já injectou 505 milhões este ano na CP

Até à data, segundo o que foi comunicado ao mercado, Estado já aprovou cinco reforços de capital em 2017 na empresa de comboios. A última injecção foi de 418,3 milhões de euros

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CP fechou primeiro semestre do ano com prejuízos de 57,93 milhões de euros Paulo Pimenta

Um total de 3840 milhões de euros, é quanto soma hoje o capital social da CP – Comboios de Portugal. São mais 505,39 milhões de euros do que em Março deste ano, quando o Estado iniciou uma série de cinco injecções de capital na empresa pública de transporte ferroviário, da qual é o único accionista.

De acordo com o relatório e contas intercalar da CP, relativo ao primeiro semestre de 2017, publicado no site da CMVM, “em Março de 2017, na sequência de despacho conjunto do secretário de Estado Adjunto do Tesouro e do secretário de Estado das Infraestruturas, foi aprovado um aumento de capital estatutário da CP, a subscrever pelo Estado em numerário, de 29,3 milhões de euros”. Destes, 19,8 milhões “foram realizados” logo em Março, sendo os restantes 9,5 milhões de euros sido realizados “em Abril”.

Uma segunda injecção, de 12,4 milhões de euros, igualmente aprovada pelos dois secretários de Estado, foi decidida em Junho, também a “subscrever pelo Estado em numerário”: 8,4 milhões de euros nesse mesmo mês, os restantes quatro milhões realizados em Julho.

No mesmo mês (27 de Julho), contudo, um terceiro reforço foi aprovado pela tutela e accionista único: mais 28,6 milhões de euros, dos quais cinco milhões “já realizados em Julho e o restante a realizar em Setembro”, explicou a gestão da CP na rubrica “factos relevantes” subsequentes ao fecho de contas do primeiro semestre de 2017.

Um quarto valor, desta feita de 16,8 milhões de euros, foi anunciado ao mercado a 25 de Outubro, através do site da CMVM, para reforçar os capitais da CP. Nessa altura, o capital social da empresa ferroviária aumentou para 3,42 mil milhões de euros.

Mas, hoje, 11 de Dezembro, a administração da CP veio comunicar que a maior injecção foi a quinta e (até ver) última do ano: “a CP – Comboios de Portugal informa que o Estado português aumentou o capital social estatutário da empresa em 418,29 milhões de euros, o qual passou a ser de 3,83 mil milhões de euros”.

Nas contas de 2017, referindo-se aos dois primeiros aumentos de capital (Março e Junho) a gestão da CP afirmava que “estes valores destinam-se a suprir necessidades decorrentes do serviço da dívida (amortizações, juros e outros encargos), dos investimentos e das despesas com pessoal, relativas ao acordo histórico sobre as variáveis”. E garantia ainda que o grupo “não detém actualmente qualquer instrumento de gestão de risco em carteira” – vencido que fora em Abril de 2016 “o último instrumento desta natureza”.

Ainda de acordo com o relatório e contas semestral da CP, a empresa pública recebera até então mais de 3000 milhões de euros de financiamentos, detinha um activo avaliado em 647,58 milhões de euros (menos 3% do que um ano antes) e somava um passivo de 3310 milhões de euros. O capital próprio, negativo, era então de 2670 milhões de euros.

Em termos de resultados, a CP fechou o primeiro semestre do ano com prejuízos de 57,93 milhões de euros, ainda assim melhores, em 22%, do que as perdas de 74,18 milhões de euros obtidas um ano antes.

O EBITDA, medido pelos resultados operacionais da actividade de transporte, “antes de indemnizações por rescisão, justo valor, imparidades, provisões, depreciações, gastos de financiamento e impostos e outras operações não relacionadas com a actividade do grupo”, melhorou substancialmente, todavia. Passou de 1,52 milhões de euros em final de Junho de 2016 para 8,15 milhões de euros um ano depois.

As vendas e prestações de serviços consolidadas pelo grupo ascenderam a 136,4 milhões de euros, mais 6,26% do que no final do primeiro semestre de 2016. O número de passageiros transportados cresceu, na comparação semestral homóloga, 7,3%, para 60,15 milhões de pessoas. Em Junho de 2016 eram pouco mais de 56 milhões de passageiros.

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