Número de mortes devido a furacão Maria pode ascender a mil

A 25 de Setembro, a maior parte da ilha estava sem electricidade, incluindo hospitais, o que dificultou o seu funcionamento e o fornecimento de medicamentos. Também o Centro de Jornalismo de Investigação de Porto Rico aponta para mais de mil mortes.

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O furacão atingiu Porto Rico em Setembro Reuters/CARLOS GARCIA RAWLINS

Um artigo do New York Times, apoiado numa análise estatística, indica que o número de mortos em Porto Rico devido à passagem do furacão Maria pode ser superior a mil — isto quando o balanço oficial é de 64.

O artigo do jornal, actualizado este sábado, indica que 42 dias depois do furacão ter tocado terra na ilha, a 20 de Setembro, morreram mais 1052 pessoas do que o habitual, ou seja, comparativamente ao número de mortes verificado no mesmo período em 2016 e em 2015.

De acordo com a análise efectuada pelo New York Times (NYT), que utilizou estatísticas oficiais da ilha, 25 de Setembro foi o dia com o maior número de mortes, com o registo de 135, contra 70 em 2016 e 60 contabilizadas em 2015.

Os números podem, com efeito, ser maiores, visto que, sublinha o jornal, o registo dos óbitos referente a Outubro está incompleto, uma vez que a electricidade ainda não foi totalmente restabelecida, o que, por conseguinte, atrasa a recolha dos dados.

No dia 25 de Setembro, diz o NYT, a temperatura rondava os 22 graus e a maior parte da ilha estava sem electricidade, incluindo hospitais, o que dificultou o funcionamento dos centros de diálise ou de aparelhos de respiração artificial, bem como o fornecimento de medicamentos.

O Centro de Jornalismo de Investigação de Porto Rico publicou, na quinta-feira, informações que apontam no mesmo sentido, ao estimar a ocorrência de mais 1065 óbitos do que o habitual na ilha em Setembro e Outubro, após a passagem do furacão Maria.

O NYT indica ainda que as mortes causadas por sepsia, diabetes ou Alzheimer multiplicaram-se comparativamente a anos anteriores. No caso da sepsia, o aumento foi na ordem dos 50%, uma situação que poder-se-á explicar com “tratamentos médicos atrasados ou condições precárias em lares e em hospitais”.

À medida que vão sendo publicadas informações sobre as mortes relacionadas com a falta de electricidade em hospitais ou complicações com equipamentos, as autoridades têm declarado a sua vontade de actualizar o número de mortos, reconhece o jornal nova-iorquino.

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