Suspeito de matar segurança em Lisboa entregou-se e tem 17 anos

Jovem já estava identificado pela Polícia Judiciária.

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Miguel Manso

O suspeito de ter atingido a tiro mortalmente um segurança da discoteca Barrio Latino, em Lisboa, na sexta-feira, entregou-se, na tarde deste sábado, às autoridades. Trata-se de um jovem de 17 anos, que foi detido pela Polícia Judiciária.

A informação foi confirmada ao PÚBLICO por fonte policial, que adianta também que a identidade do jovem de 17 anos já era conhecida das autoridades, ainda que este se tenha apresentado de forma voluntária nas instalações da Polícia Judiciária em Lisboa. Até ao momento não foi possível perceber se o suspeito já tinha antecedentes criminais ou se estava indiciado pela prática de outros crimes.

Na sexta-feira, feriado, a PSP recebeu um alerta às 13h dando conta de um tiroteio à porta da discoteca Barrio Latino, na zona de Santos. Quando chegou ao local, o segurança, de 42 anos, já tinha sido transportado numa viatura particular de um amigo para o Hospital de São José, onde acabaria por morrer.

Segundo a mesma fonte policial, o homem foi atingido mortalmente depois de uma altercação entre dois grupos ter começado no interior da discoteca. A intervenção dos seguranças fez com que o confronto tivesse transitado para o exterior do estabelecimento de diversão nocturna após o grupo em que estava o suspeito ter sido expulso da discoteca. O jovem surgiu entretando armado e foi nesse contexto que aconteceram os disparos que acabaram por resultar na morte do segurança.

A Barrio Latino abre durante a noite e madrugada, como discoteca, e continua aberta entre as 5h e a hora do almoço, como espaço after-hours que passa música electrónica. Também neste sábado, a Câmara de Lisboa anunciou que vai restringir o horário da discoteca.

Alvo de várias contra-ordenações

“O estabelecimento Barrio Latino tem em curso várias contra-ordenações, de autos de notícias elaborados após fiscalização da Polícia Municipal", informa a câmara na informação enviada aos meios de comunicação social.

A câmara diz ter também "um pedido de restrição de actividade, para limitar o horário de funcionamento, por parte da PSP, por perturbação da tranquilidade pública”, lê-se no mesmo documento. A autarquia lisboeta informa, por isso, que irá proceder à restrição de horário solicitada pela PSP, "como aliás sempre o fez".

Além disso "apoiará outras decisões que possam ser exercidas pelas autoridades nacionais, por razões de segurança interna, como aconteceu recentemente no encerramento da discoteca Urban Beach, por decisão do Ministério da Administração Interna”, acrescenta a mesma nota.

Ministro está a acompanhar o caso

Ouvido pelo PÚBLICO, no Algarve, onde participa no congresso que reúne os autarcas de todo o país, Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, diz que o seu ministério está “por dentro do acompanhamento das questões de segurança”, salientando que está a ser desenvolvido trabalho conjunto com a Câmara de Lisboa e com as forças de segurança.

“Manifestamente tem havido intervenção e acção concertadas e por isso terão conhecimento das intervenções operacionais concertadas no momento próprio”, disse o governante, dirigindo-se aos jornalistas. 

Questionado directamente sobre se o Governo pondera encerrar a Barrio Latino, como fez com o Urban Beach - fechado no início de Novembro depois da divulgação na Internet de imagens de agressões de seguranças do espaço a dois jovens -, o ministro respondeu que não se pode "pronunciar sobre questões concretas".

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