É essencial para o PSD que o Governo cumpra a legislatura, defendeu o líder parlamentar deste partido, Hugo Soares, em entrevista a Maria Flor Pedroso naAntena1. Hugo Soares advoga a necessidade de se cumprir os quatro anos da legislatura não só porque será bom para o país e para a economia, mas também porque “é essencial para o PSD”.

O próximo líder do PSD a sair das eleições directas de 13 de Janeiro, em que se candidatam Santana Lopes e Rui Rio, precisa de tempo para se afirmar e construir o seu projecto, defendeu Hugo Soares.

Hugo Soares deixou um conselho aos dois candidatos sobre a possibilidade de eleições antecipadas “nenhum deles deve ter essa tentação”. O líder parlamentar disse que revelará o seu apoio a um dos dois candidatos à liderança do PSD até ao Natal.

Já sobre a saída de Passos Coelho, confessou que a viu com tristeza e defendeu: “Não era inevitável que ele saísse porque tinha as condições políticas para continuar.” E mostrou-se convicto de que quando Passos Coelho entender poderá voltar, uma vez que considera que este “mantém um capital político que pode fazer ainda muita falta ao país”.

Referindo-se ao Governo, Hugo Soares considerou que se vive um “desnorte” e que ele se deve ao facto de Passos ter abandonado a ideia de se recandidatar à liderança do PSD. Isso, garante o líder parlamentar do PSD, provocou uma “desfocagem e inabilidade que não era expectável de um primeiro-ministro que está sem mão no Governo”.

Afirmando que António Costa “sente o esgotamento deste governo”, Hugo Soares defendeu que “o que unia esta solução política era Pedro Passos Coelho” que os partidos da esquerda parlamentar “não queriam que governasse”. Quanto à eleição do ministro das Finanças para a presidência do Eurogrupo, afirmou: “Mário Centeno será um porta-voz, não vai mudar coisa nenhuma, não vai para lá bater o pé a ninguém porque já não o fez na questão do BANIF, ele não tem hipótese!”