Ex-Presidente da Geórgia volta a ser detido em Kiev

Saakashvili tinha sido libertado pelos seus apoiantes há apenas três dias. Ucrânia acusa-o de "ligação a organizações criminosas estrangeiras".

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Saakashvili lidera uma campanha contra o Presidente ucraniano, a quem acusa de corrupção Reuters
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Manifestantes junto à prisão onde ele está detido SERGEY DOLZHENKO/EPA

A polícia ucraniana voltou a deter o antigo Presidente da Geórgia três dias depois de Mikheil Saakashvili ter sido resgatado pelos seus apoiantes de uma carrinha celular que o transportava para a prisão.

Segundo o procurador-geral ucraniano Saakashvili – Presidente da Geórgia entre 2004 e 2013 antes de cair em desgraça – foi detido pela polícia em Kiev e levado para um “centro de detenção temporário”. “Tal como prometido, as forças de segurança fizeram tudo para evitar violência extrema e derramamento de sangue”, escreveu Iuri Lutsenko na sua página de Facebook.

Uma mensagem divulgada na conta de Saakashvili alertou também para a sua detenção e apelou aos apoiantes para se concentrarem junto ao local onde ele está detido. O local foi rodeado por um forte dispositivo de segurança e, apesar da pequena multidão que ali se concentrou durante a noite, não se registaram confrontos. 

Saakashvili começou uma greve de fome em protesto pela sua prisão.

A detenção é o último desenvolvimento da saga em que se transformou a desavença entre Saakashvili e o Presidente Petro Poroshenko, que em 2015 lhe concedeu nacionalidade ucraniana e o nomeou governador da região de Odessa. Saakashvili ocupou o cargo durante ano e meio, mas acabou por abdicar e desde então tem liderado protestos contra Poroshenko, acusando-o de corrupção e exigindo o seu afastamento do cargo.

Em Junho, quando estava fora do país, Poroshenko retirou-lhe a nacionalidade ucraniana e é agora acusado pelo Ministério Público de ligação a organizações criminosas estrangeiras que pretendem desestabilizar a Ucrânia – uma suposta referência a grupos pró-russos.

O caso atingiu o auge na terça-feira, quando forças antimotim entraram na sua residência em Kiev e Saakashvili tentou fugir pelo telhado, acabando por ser levado à força pela polícia. Acabaria por ser libertado por centenas de apoiantes que rodearam a carrinha celular em que se encontrava e, de novo, aproveitou para pedir o afastamento de Poroshenko, a quem acusou de ser “traidor da Ucrânia” e de liderar “um gangue de crime organizado”.

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