Neste restaurante pode-se comer o peixe ou levá-lo para casa

Os proprietários da Forneria abriram um novo espaço, em Lisboa, dedicado ao peixe e marisco. Mar é uma marisqueira que pode até funcionar como peixaria. Ou seja, é uma “mariscaria”.

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Salada de caranguejo de casca mole DR
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O candeeiro feito de sardinhas DR
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Ameijoas à Bulhão Pato DR
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Os croquetes com mostarda DR
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O aquário dos mariscos DR
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Cremoso de frutos vermelhos com merengue DR
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A equipa do Mar DR

Joaquim Nico e Rui Matos — que gostam de dizer que têm “a última pizzaria de Lisboa”, no fim do Parque das Nações, quase, quase a sair da cidade — olharam em redor para a oferta de restauração e perceberam que a zona precisava de outro conceito: um restaurante dedicado ao peixe e ao marisco. Assim, com a Forneria já em velocidade de cruzeiro, acabam de abrir, também no Parque das Nações, o Mar.

Montra grande, a deixar entrar muita luz, um candeeiro feito de sardinhas brancas de louça a pairar sobre as nossas cabeças, uma bonita máquina de cortar presunto, uma montra com peixe e marisco frescos logo à entrada. À nossa direita fica uma mesa alta, tampo de pedra, rodeada por bancos — forma de dizer a quem chega que pode comer apenas um petisco e beber um copo de vinho, se não tiver tempo para uma refeição mais completa.

Escolhemos uma mesa ao fundo da sala, junto à janela e por baixo do candeeiro das sardinhas voadoras. Joaquim conta que o restaurante, que abriu a 8 de Outubro, era uma ideia em que ele e o sócio, Rui, já andavam a pensar há algum tempo. Mas quando começaram a montar o projecto perceberam que um restaurante com estas características é muito diferente de uma pizzaria.

Há logo, para começar, a questão dos ingredientes — aqui trabalha-se com peixe e marisco frescos e de mar (não usam pescado de aquacultura, até para serem fiéis ao nome da casa). Para isso, é preciso encontrar os melhores fornecedores, criar com eles uma relação de confiança e garantir que o melhor peixe de cada dia vai parar ao Mar.

Para os ajudar nesta tarefa foram buscar o chef André Veríssimo, que anteriormente trabalhou no Ministerium Cantina, com Nuno Bergonse, e, antes disso, com Justa Nobre). E, para a frente de sala e carta de vinhos (a aposta aqui é mais nos vinhos do que na cerveja), encontraram outro profissional experiente, Francisco Guilherme, que foi sommelier no Alma, de Henrique Sá Pessoa.

É Francisco quem, ainda antes de chegarem os primeiros pratos, explica a filosofia da carta de vinhos. “Quisemos ter propostas diferentes, com vinhos biológicos e naturais, coisas que fogem um pouco do habitual, embora tenhamos também os clássicos.” Como exemplo de algo mais surpreendente, serve-nos, para começar, o Celestino Dominó, de Vítor Claro, feito com 100% de Moscatel de Alexandria.

Apesar de esta ser uma casa de peixe e marisco, Francisco tem também várias propostas de tintos que podem acompanhar bem estes pratos, como o A Touriga Vai Nua, de António Maçanita, “um tinto mais fresco, que liga muito bem com o marisco” ou o Grand Marrenon, da região do Luberon (Provença, Sul de França). No final, para as sobremesas, irá propor-nos um vermute La Quintinye.

Mas é tempo de voltarmos a atenção para os pratos, que começam a chegar, acompanhados por torradas com manteiga (2€), queijo Monte da Vinha (4,50€) e presunto Pata Negra Joselito (14€) — Joaquim Nico diz que gosta particularmente deste por ser menos salgado e ter um toque mais doce.

A carta oferece uma série de petiscos, trabalhados por André Veríssimo: a salada de sapateira e caranguejo de casca mole com funcho e laranja (13€), o tártaro de atum com sésamo e algas (11€), as vieiras na chapa com manteiga de alho, lima e malaguetas (11,80€) ou os croquetes de novilho com mostarda (3,50€), feitos com uma carne que marinou durante 24 horas numa vinha d’alhos com o vinho da casa, o Bóina, refere o chef. E, claro, importantíssimo em qualquer marisqueira, os pregos, que aqui podem ser de atum com manteiga de alho ou de vazia maturada, do produtor Pedro Vivo, “um parceiro e amigo”.

Depois, para além do marisco, existem vários pratos “Do Mar”, do peixe de linha ao quilo, que depende do que houver no dia — grelhado no carvão, “o que é raro no Parque das Nações” —, ao arroz de marisco (38€ para duas pessoas), passando pelos filetes de peixe-galo com arroz de tomate caldoso (14€), o polvo assado com batata doce, molho de fricassé e pimentos padrón (16€), o bacalhau grelhado com xerém de amêijoas à Bulhão Pato (16,50€) ou o bife de atum com salada de quinoa e algas (18€).

Quanto às sobremesas, há para diferentes gostos: o pudim de ovos para os mais gulosos (Joaquim Nico confessa que não podia passar sem o ter na carta) até aos excelentes gelados da Ice Gourmet (eucalipto, por exemplo), ou um cremoso de frutos vermelhos com merengue e hortelã, com um bom equilíbrio entre doçura e frescura.

Outra particularidade do Mar é que, mais uma vez tentando colmatar o que Joaquim e Rui identificaram como uma necessidade no Parque das Nações, oferece a possibilidade de, quem quiser, ali comprar peixe fresco para levar para casa (encomendando ou vendo o que está disponível no dia). E assim, quando é preciso, o Mar transforma-se também numa peixaria.

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