Aliados desafiam EUA a mostrar plano de paz

Questão de Jerusalém foi discutida na ONU a pedido de aliados ocidentais. Washington critica "ataques injustos" a Israel.

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Reunião em Nova Iorque do Conselho de Segurança sobre o Médio Oriente Reuters/BRENDAN MCDERMID

Reino Unido, França, Alemanha, Suécia e Itália pediram nesta sexta-feira aos Estados Unidos que detalhem as suas iniciativas de paz para Israel e a Palestina. Os aliados europeus dos EUA deixaram o parceiro norte-americano isolado nas Nações Unidas, descrevendo a decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel como uma decisão "que não ajuda" por parte do Presidente Donald Trump.

Trump alterou uma posição que durava há décadas e, com isso, suscitou uma resposta violenta entre palestinianos, para quem Jerusalém tem igual importância cultural, religiosa e política. O "dia da raiva" desta sexta-feira levou milhares de palestinianos às ruas, dezenas de feridos e pelo menos uma pessoa morreu em confrontos com tropas israelitas.

Entre a ira árabe e os receios dos aliados ocidentais de Washington, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) reuni-se nesta sexta-feira. A reunião realizou-se a pedido de oito dos 15 membros deste órgão: Reino Unido, França, Suécia, Bolívia, Uruguai, Itália, Senegal e Egipto.

Numa declaração conjunta após a reunião, os representantes europeus criticaram o anúncio de Donald Trump, que implica a transferência da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém. Consideraram que a decião "não ajuda em termos de perspectivas para a paz na região [Médio Oriente]".

"Estamos disponíveis para contribuir para todos os esforços credíveis de reiniciar o processo de paz, na base de parâmetros que mereçam acordo internacional, que conduza a uma solução de dois Estados", afirmaram estes representantes. "Encorajamos a Administração dos EUA a apresentar-nos em detalhe as suas propostas para um acordo entre Israel e Palestina."

O embaixador egípcio na ONU, Amr Aboulatta, destacou o "grave e negativo impacto" que a decisão agora tomada pela Casa Branca representa para o processo de paz. Porém, para a representante norte-americana, a embaixadora Nikki Haley, o que se passa é precisamente o contrário. E a ONU pouco tem feito para ajudar. 

Nikki Haley acusou ainda a ONU de ataques injustos a Israel. "Israel nunca será, e nunca deve ser, forçada a um acordo pela ONU ou por qualquer colecção de países que já demonstraram o seu desrespeito para com a segurança israelita", sustentou a embaixadora dos EUA. A mesma responsável reafirmou o empenho da Administração Trump no processo de paz, notando que Washington não tomou posição sobre as fronteiras de Jerusalém, limites e não defendeu qualquer alteração aos acordos relativos aos sítios sagrados na cidade.

"As nossas decisões destinam-se a fazer a paz avançar", declarou Haley. "Acreditamos que podemos estar mais perto da paz do que alguma vez estivemos", insistiu.

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