Sindicato recomenda a médicos de família que não atendam doentes fora das listas

O médico não deverá afectar a prestação de cuidados de saúde globais e continuados da sua lista de utentes, caso continue a consultar outros doentes sem médico de família, informou o SIM.

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O SIM chamou a atenção para as longas listas de utentes dos médicos de família Rui Gaudencio

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) divulgou nesta quinta-feira que recomenda aos médicos de família que deixem de consultar doentes sem médico de família, ou que o façam de forma muito limitada. Até agora, os médicos de medicina geral e familiar têm prestado "funções de apoio" a utentes sem médico de família, uma função de caráter transitório, "cuja obrigatoriedade deixou de existir", de acordo com o entendimento do sindicato.

Num comunicado divulgado nesta quinta-feira, o SIM recomenda ao médico "não prever a prestação" dessas "funções de apoio" a utentes sem médico de família "dentro ou para além do período normal de trabalho de cada trabalhador médico". Se o médico concordar pode "prever a prestação das referidas funções muito limitadamente", de forma a que não seja afectado a prestação de cuidados de saúde globais e continuados à lista de utentes.

"Fora deste quadro, restará a possibilidade da determinação, nos termos e com os limites diários, semanais e anuais legais gerais, da prestação como trabalho suplementar destas funções, como tal a abonar, mas ainda assim, e sempre, sob a importante aporia de estarmos perante uma exigência que não cabe, actualmente, no conteúdo funcional dos trabalhadores médicos, quando garantidos pelos instrumentos de regulamentação colectiva do trabalho", diz-se no comunicado.

O SIM afirma que é esta a posição que vai defender junto do Ministério da Saúde. No comunicado justifica a posição falando nomeadamente das longas listas de utentes dos médicos de família e das tarefas burocráticas a que são sujeitos (como atestados para cartas de condução).

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