Quase metade dos sírios em Portugal com emprego ou em formação profissional

No ano passado, Portugal esteve entre os países que mais refugiados recolocaram — 3056 — e o compromisso de promover o acolhimento e a integração está fixado em 4574 no espaço de dois anos.

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fvl Fernando Veludo/NFACTOS

Quase metade dos cerca de meio milhar de sírios recolocados em Portugal têm já emprego ou estão em formação profissional, revelou nesta quarta-feira em Lisboa o alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado.

"A percentagem de sírios recolocados em Portugal que estão já a trabalhar ou a ter formação profissional é de 45%", notou Pedro Calado, no lançamento do Relatório das Migrações (Migration Outlook) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.

O alto-comissário para as Migrações assinalou que a recolocação de sírios em Portugal, no âmbito da Rede Europeia das Migrações, reporta-se aos últimos dois anos e acentuou que o indicador de empregabilidade é uma excepção à regra nos países analisados pela OCDE. "A OCDE apresenta um período de dez anos para que a percentagem de recolocados num qualquer país consiga atingir os 50%. No caso de Portugal, o valor é de quase metade, decorridos tão poucos anos", observou.

Na sua intervenção, que sucedeu à do responsável da Divisão de Migrações da OCDE, Jean-Christophe Dumont, e do director-geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas, Júlio Vilela, o alto-comissário das Migrações destacou a importância de "políticas de apoio à integração" de imigrantes.

Em 2016, Portugal concedeu 428 pedidos de protecção internacional a sírios, de acordo com o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo 2016. No ano passado, Portugal esteve entre os países que mais refugiados recolocaram — 3056 (611 africanos) — e o compromisso de promover o acolhimento e a integração está fixado em 4574 no espaço de dois anos.

O relatório de 2016 da OCDE revela um total de cinco milhões de registos migratórios na área geográfica da organização, o que corresponde um aumento face a 2015 (4,7) e a 2014 (4,4).

O número de migrações nos países da OCDE indica uma tendência de crescimento desde o final da crise económica e financeira, ao mesmo tempo que aumentou as migrações humanitárias, com os fluxos massivos oriundos do Mediterrâneo, com muitos dos refugiados a atravessarem os Balcãs até ao centro e norte da Europa.

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