Ao fim de dois anos, Marta Temido sai da Administração do Sistema de Saúde

Nome indicado para substituir a presidente da Administração Central do Sistema de Saúde trabalha no SAMS, instituição que o actual ministro dirigia antes de ocupar o cargo governamental.

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Nelson Garrido

É menos uma mulher a liderar um organismo público. Marta Temido, presidente do Conselho Directivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), deixa no final deste mês este instituto público que é responsável pela concretização das atribuições do Ministério da Saúde.

Para a substituir, soube o PÚBLICO, terá sido indicado o nome de José Carlos Caiado, doutorado em estatística e gestão de informação e vogal da comissão executiva do SAMS (Serviço de Assistência Médico-Social dos Trabalhadores da Banca), a instituição que o actual ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, dirigia antes de ocupar o cargo governamental. 

“O processo de selecção está a decorrer” e terá ainda que ir à CReSAP (Comissão de Selecção e Recrutamento para a Administração Pública), esclareceu entretanto o gabinete do ministro da Saúde.

Marta Temido, que não quis fazer comentários sobre a sua saída, pediu para abandonar a ACSS no final do mandato, dois anos depois de aceitar suceder a Rui Santos Ivo na liderança deste instituto. Licenciada em Direito, com especialização em Administração Hospitalar, a partir de Janeiro começa a trabalhar como subdirectora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou.

A ACSS completa uma década este ano e, no editorial da última edição do Acontece, a publicação do instituto, Marta Temido defendia que o organismo tinha que “reflectir sobre o seu leque de atribuições” e os próximos 10 anos. “Se não for bem-sucedida nesta urgente tarefa, soçobrará. A ACSS tem de reforçar a sua estrutura orgânica”, escrevia a mulher que foi presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares antes de aceitar o convite para substituir Rui Santos Ivo, em Janeiro de 2016.

“Com cinco departamentos, dois gabinetes e nove unidades orgânicas flexíveis (…), o instituto enfrenta um espartilho organizacional onde novas responsabilidades se traduziram, ao longo dos anos, em simples redistribuição pelas mesmas equipas dirigentes”, sublinhava ainda Marta Temido no editorial em que recordava igualmente o extenso rol de responsabilidades da ACSS, como a de coordenar a gestão dos recursos financeiros afectos ao Serviço Nacional de Saúde, definir as políticas de recursos humanos e gerir a rede de instalações e equipamentos de saúde, entre outras.

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