Carne de laboratório ou insectos podem substituir proteína animal

Estudo internacional sugere peixe, carne criada em laboratório e até insectos como fontes alternativas de proteína animal. "Pela saúde humana e pelo ambiente"

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Regis Duvignau/Reuters

A criação de animais para consumo humano significa menos saúde e pior ambiente, alertam investigadores num estudo internacional divulgado esta terça-feira, 5 de Dezembro, em que se sugere peixe, carne criada em laboratório e até insectos como fontes alternativas de proteína animal.

"Pela saúde humana e pelo ambiente, os padrões de consumo alimentar terão que mudar", aponta-se no documento elaborado por um conselho que reúne as academias de ciências dos países da União Europeia, Noruega e Suíça. A redução do consumo de proteína animal seria um dos passos a dar, argumentam os investigadores, que defendem que se deve investigar até que ponto os consumidores estariam disponíveis para aceitar alternativas inovadoras.

Oportunidades não faltam nos oceanos, mas é preciso dominar mais as técnicas de criação de recursos para consumo humano, enquanto a cultura de carne in vitro "pode ter um impacto ambiental mais baixo do que a criação de gado e isto também tem que ser investigado".

"As alternativas às formas tradicionais de proteína animal que a Europa poderia admitir incluem alimentos dos oceanos, carne criada em laboratório e insectos", refere-se. Os investigadores apelam aos decisores para que se acabe com "os perversos incentivos no preço das dietas calóricas e se introduzam incentivos à alimentação nutritiva a preço razoável".

Os países da União Europeia devem saber mais sobre o desperdício nos ciclos alimentares para o poder reduzir e cumprir os objectivos da economia circular. Pela via da genética, os investigadores salientam que "a Europa não deve abrandar nas oportunidades oferecidas pela engenharia genética e agricultura de precisão".

Aos decisores políticos, recomenda-se que tenham em conta as descobertas nesses campos para ganhar em "saúde animal e produtividade e para a agricultura". "As alterações climáticas vão ter impactos negativos na alimentação, exigindo-se a prática de agricultura adequada ao clima e adopção de inovações na criação de plantas para enfrentar as secas", salienta-se no documento. Os investigadores destacam ainda que todos os países têm problemas de nutrição para resolver, seja a subnutrição e falta de micronutrientes ou o excesso de peso e obesidade.

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