Rússia afastada dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018

País foi severamente sancionado pelo COI e não foi autorizado a participar no evento.

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LUSA/LAURENT GILLIERON

Não haverá bandeira da Rússia em competição nos Jogos Olímpicos de Inverno que vão disputar-se em Pyeongchang, na Coreia do Sul, em 2018. Tal como não soará o hino russo no pódio, nem tão-pouco serão autorizados representantes oficiais do país no evento. A medida punitiva foi aprovada nesta terça-feira pela direcção do Comité Olímpico Internacional (COI), no seguimento do longo processo por manipulação de amostras de doping levantado às autoridades russas.

Todo este novelo vai desembocar no relatório Schmid, cujas conclusões apontam para um "sistema de manipulação das regras antidopagem em vigor na Rússia, durante os Jogos Olímpicos de Sochi, em 2014". A este diagnóstico, os peritos acrescentam falhas graves nos vários níveis de responsabilidade administrativa, legal e contratual, resultantes da incapacidade de diversas entidades de cumprirem as suas obrigações.

Tendo em consideração esta viciação "sistémica" dos mecanismos antidopagem, os custos em que incorreu o COI com as investigações e a reanálise de amostras, mas também a necessidade de salvaguardar os atletas russos que não estejam envolvidos neste escândalo, a direcção do organismo decidiu suspender, com efeitos imediatos, o Comité Olímpico Russo.

Nesse sentido, e olhando para os Jogos de Pyeongchang, não será exibida a bandeira da Rússia, não será tocado o hino do país e não será concedida acreditação a nenhum representante do Ministério do Desporto russo. Os atletas de nacionalidade russa serão convidados a participar na competição, debaixo de um colete de condições (a escolha dos participantes é do COI) e da designação Atleta Olímpico da Rússia (OAR, na sigla inglesa), envergando roupas em que se exibirá somente a bandeira olímpica. 

Mas as sanções aplicadas não se esgotam aqui. Vitaly Mutko, ministro do Desporto à data dos factos descritos no relatório, é banido de todos os eventos olímpicos futuros, o mesmo acontecendo com o então adjunto Yuri Nagornykh. Dmitry Chernyshenko, ex-CEO do comité organizador de Sochi 2014, é afastado da comissão de coordenação de Pequim 2022. E o presidente do Comité Olímpico Russo (COR), Alexander Zhukov, vê o seu estatuto de membro do COI suspenso. A este quadro punitivo, é acrescentado um pedido de indemnizadação de 15 milhões de dólares.

Para que o castigo imposto ao COR seja levantado, parcial ou totalmente, após os Jogos de 2018, é imperioso que todas as decisões sejam respeitadas e que as directrizes que vão ser enviadas às autoridades russas sejam cumpridas na íntegra.

"Este foi um ataque sem precedentes à integridade dos Jogos Olímpicos e do desporto. O COI aplicou sanções proporcionais a esta manipulação sistémica, protegendo os atletas limpos. Isto deve traçar a fronteira entre este episódio e servir de catalisador para um sistema antidopagem mais eficaz liderado pela WADA (Autoridade Mundial Antidopagem)", resumiu Thomas Bach, presidente do COI.  

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