Detidos dez suspeitos do assassínio da jornalista Daphne Galizia

O primeiro-ministro de Malta anunciou que foram detidos suspeitos do homicídio da jornalista e blogger que denunciava casos de corrupção.

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O homicídio da jornalista desencadeou protestos no país, com milhares de pessoas em marchas contra o que alguns chamaram de “Estado de máfia” Reuters/DARRIN ZAMMIT LUPI

A polícia de Malta deteve dez pessoas por suspeitas de poderem estar ligadas ao assassínio da jornalista que denunciava casos de corrupção, Daphne Caruana Galizia, anunciou o primeiro-ministro, Joseph Muscat.

Todos os detidos são malteses e a maioria tem registo criminal, especificou o primeiro-ministro numa conferência de imprensa nesta segunda-feira. 

As detenções ocorreram dias após uma delegação do Parlamento Europeu ter visitado Malta e alertado para o facto de as autoridades demonstrarem um “elevado grau de indisponibilidade para investigar” o crime.

Daphne Caruana Galizia tinha 53 anos e foi assassinada a 16 de Outubro. O blogue em que escrevia, de grande visibilidade, destacava casos de corrupção, sobretudo de políticos de diferentes partidos; divulgou os casos relativos aos Panama Papers.

O homicídio da jornalista gerou protestos no país, com milhares de pessoas em manifestações contra o que alguns chamaram de “Estado mafioso”.

O Governo ofereceu um milhão de euros de recompensa por informações acerca do caso. A operação de investigação inclui peritos internacionais, nomeadamente do FBI, polícia e militares, diz a BBC.

A família da jornalista fez saber que não queria o primeiro-ministro ou o Presidente – ambos alvos das denúncias de Galizia – no funeral, tendo os três filhos dito que não apoiavam a recompensa. Pediram ainda a demissão de Muscat por falhar na defesa dos “princípios fundamentais da liberdade”.

A jornalista Daphne Caruana Galizia tinha mais de 30 anos de experiência profissional e era “uma das mais importantes, prominentes e destemidas jornalistas de Malta”, disse o ex-ministro do Interior, Louis Galea.

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