Faculdade de Economia vai fechar 13 meses para obras profundas de requalificação

Universidade do Porto lança um pacote de obras em diversas faculdades, no âmbito de um programa de reabilitação patrimonial, orçado em 45 milhões de euros

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A partir do próximo trimestre, os alunos da FEP passam a ter aulas em contentores que estão a ser instalados na faculdade e também no edifício das pós-graduações Nelson Garrido

A Universidade do Porto (UP) está a pôr em marcha um significativo programa de obras de requalificação em algumas das principais faculdades da cidade e também em edifícios ligados à própria universidade. O plano geral de reabilitação patrimonial prevê um investimento total de 45 milhões de euros, sendo que metade será gasta nos próximos dois anos.

Uma das grandes intervenções vai ocorrer no edifício da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), que aguarda há muitos anos por obras de requalificação. A dimensão da empreitada é de tal ordem que vai obrigar ao encerramento temporário da faculdade por um período de cerca de 13 meses. São obras para resolver problemas que o edifício da faculdade tem, desde logo de natureza estrutural, e que vão custar 5,6 milhões de euros. A intervenção vai abranger também o obelisco vertical situado à entrada da faculdade, as fachadas, as paredes interiores, as salas de aula, os gabinetes dos professores, o espaço reservado às organizações estudantis, as instalações sanitárias, a caixilharia, o aquecimento, a iluminação e o pavimento.

Por isso, a partir do próximo trimestre, os alunos passam a ter aulas em contentores que estão a ser instalados na faculdade e também no edifício das pós-graduações, que não tem previsto nenhuma melhoria.

Considerada uma das mais prestigiadas faculdade do país, a FEP, com uma área total coberta de aproximadamente 3500 metros quadrados, está a preparar o seu futuro, criando condições materiais para o desenvolvimento do ensino e da investigação. Após a conclusão das obras, a Faculdade de Economia apresentar-se-á com um edifício completamente renovado e equipado para responder às necessidades da formação em Economia e Gestão e instalações adicionais que serão cruciais para o desenvolvimento de projecto extracurriculares.

É desta vez que a Faculdade de Ciências de Nutrição e Alimentação ganha as suas próprias instalações no antigo edifício do instituto Nacional de Engenharia Biomédica, no Campo Alegre. É também no âmbito deste programa de reabilitação alargado que a Faculdade de Belas Artes do Porto vai ver as suas degradadas instalações melhoradas. Para além da requalificação do edifício, está prevista a aquisição de um terreno para expansão de instalações. A concretização dos projectos de reabilitação destas duas faculdades vai custar cinco milhões de euros, segundo informação da Universidade do Porto.

Deste plano de investimentos faz ainda parte a reabilitação do Estádio Universitário do Porto, que se encontra em fase de conclusão. O volume total desta obra vai custar 3,5 milhões de euros e deverá estar concluída “até ao final de 2019”.

Outra prioridade da Universidade no âmbito da reabilitação patrimonial é a recuperação do Palacete Burmester, um edifício inserido no Campus da Faculdade de Ciências, cujo processo se encontra em fase de adjudicação. O valor desta intervenção está estimado em um milhão de euros. Por seu lado, a reabilitação do Edifício Histórico/Reitoria/Instalação do Museu, que está em curso, vai custar aos cofres da UP dois milhões de euros.

Nesta fase vai também avançar a reabilitação de nove residências universitária. O investimento previsto ronda os três milhões de euros e o objectivo da UP é que o projecto esteja concluído em meados de 2019.

A esta lista acresce ainda a reabilitação do Laboratório Ferreira da Silva, situado na esquina entre o Jardim da Cordoaria e a Praça Parada Leitão (Praça do Piolho). A intenção da Universidade é reabilitar totalmente este laboratório de química tal como foi construído no início do século XX. Dada a expansão da Universidade, o laboratório foi sendo aproveitado para outros serviços. Agora o que se pretende é reabilitá-lo de acordo com a traça que tinha. “O que nós estamos a fazer é pôr tudo na traça original. Vamos devolver este espaço à história e ao conhecimento”, declarou ao PÚBLICO o reitor da UP, Sebastião Feyo, acrescentando que depois de recuperada a Universidade tem o objectivo de ligar o laboratório do Porto aos laboratórios de química de Coimbra e de Lisboa porque, explica, eles “representam o exemplo na ciência”.

Reabilitação inédita

A ideia de lançar esta empreitada gigante de reabilitação patrimonial é do próprio reitor da UP, Sebastião Feyo, que para o efeito contou com a colaboração dos directores das diferentes faculdades. “É a primeira vez que se consegue fazer isto de uma forma que diria estruturada e planeada com as faculdades — é uma coisa muito importante”, sublinha o professor.

“Lançámos um programa inédito de reabilitação patrimonial, num plano que prevê investimentos de 45 milhões de euros, com vista a resolver sérios problemas pendentes relativos ao património edificado”, declarou o reitor.

Ainda segundo Sebastião Feyo, o “programa inédito” de reabilitação do património é “resultado de um acordo exemplar” feito com os directores das faculdades para que haja uma “política sustentada de preservação do património”.

Salvaguardando, no entanto, que a reabilitação não abrange todos os edifícios da UP que precisam de obras, Sebastião Feyo explica que o financiamento para este volume de obras é proveniente de três fontes: de fundos das várias faculdades para acudir às principais questões, da própria alienação de património que está em curso por parte da UP e de apoios de projectos internacionais que a Universidade conseguiu. “Se eu conseguir mais financiamento mais obras serão feitas”, promete o reitor, que faz questão de dizer que fez a sua obrigação.     

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